domingo, 3 de março de 2013

VOCÊ ACREDITA EM DEUS? UMA REFLEXÃO

Pode parecer absurda e sem sentido a pergunta acima, principalmente levando-se em conta que os leitores deste blog com certeza acreditam na existência de Deus.

Esta reflexão, porém, quer abordar um outro aspecto. O que se trata de não somente "acreditar" em Deus , mas também ter uma intimidade com Ele, porém sem a mediação de quaisquer sistemas religiosos.

Quando em uma entrevista a um repórter da BBC em sua casa, JUNG foi questionado se acreditava em Deus. Sua resposta foi a seguinte:

EU NÃO ACREDITO, EU SEI!

Confesso que mesmo sabendo que tal resposta gerou polêmica e que ele teve que se "explicar" em outras entrevistas, fiquei refletindo no conteudo da resposta.


Em seu livro "Psicologia e Religião" é dito que ele chegou a esta conclusão observando as manifestações do inconsciente do proprio ser humano.


Mesmo sabendo que há diversidade de crenças e diversidade de deuses,  não vi nenhum ser humano (ATÉ ONDE EU SAIBA) oferecer uma resposta tão profunda como esta.  Muitos dizem: Eu acredito! Eu tenho fé! Eu creio! Eu não creio! etc. etc...Já li até sobre seres humanos dizendo: eu sou deus!

Mas, veja o quão profunda é a resposta de JUNG: EU NÃO ACREDITO, EU SEI!

Ele chegou a esta conclusão estudando com profundidade a natureza humana e sua psique e encontrou nela a resposta que queria para os mistérios da vida. Penso que, quanto mais ele conhecia o ser humano e se conhecia, mais ele percebia que este ser complexo carrega dentro de si um poder dado pela Divindade e que a religião na verdade é uma função da psique e que ao contrário de Freud, ela não é "uma neurose obsessiva".

A maneira como este ser expressa essa "religião" é encontrada nas diversas crenças existentes no mundo. Naquelas que crêem em apenas uma Divindade e naquelas que crêem em várias divindades.  Não estou tratando aqui de que esta ou aquela crença é certa ou errada. A questão aqui é puramente psicologica, não teológica.

Quantas vezes os leitores se depararam com o paradoxo da denominação a qual serviam? A denominação diz uma coisa e Deus diz outra? A denominação te ensina uma coisa e a palavra te ensina outra? E, quantas vezes entraram em conflito, porque te disseram que abandonar a denominação é abandonar Deus?
Estou falando do mesmo aspecto psicológico, porém trazendo-o agora para a nossa realidade cristã.

Pela resposta de JUNG, posso compreender que "olhar" para Deus  e ter comunhão com Ele, espiritualmente significa primeiro olhar para dentro de si mesmo e ver que uma "pequena parte" ou quem sabe "uma grande parte" da Divindade habita em nós, afinal, fomos feitos à sua imagem e semelhança.

Como um Deus que está longe, ou que seja "totalmente outro" pode compreender e se aproximar do ser humano que ele criou? Um ser que "está no céu" pode entender e responder ao humano aqui na terra?

Qualquer pessoa que esteja aprendendo a conhecer a Si mesmo e a entender a vida e seus mistérios, pode responder como JUNG: Eu não acredito, eu sei!

Uma breve reflexão!!

MARCELO VALLE



3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A resposta em si é a máxima compreensão da existência de Deus, é o conhecer e entender do seu agir na vida de cada pessoa, e não é nenhum exagero dizer que grande parte de nós detém a divindade Dele como diz o texto, o que nem sempre é entendido por grande parte das pessoas...

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  3. Sim Samuel, não é exagero entender que fazemos parte da Divindade e que a Divindade está em nós, concordo plenamente. Gosto muito de um versículo bíblico, pouco falado pelos cristãos, que diz: "Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis PARTICIPANTES DA NATUREZA DIVINA, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo" (2 Pedro 1:4).

    Para mim, o texto afirma claramente que já nesta vida, podemos experimentar a "natureza Divina", isto não é fantástico? Os cristãos sabem disso???

    Abração e obrigado pelo comentario

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