quinta-feira, 7 de março de 2013

DESCOBERTO MANUSCRITO DO NOVO TESTAMENTO DO SÉCULO 1

O Mais Antigo Manuscrito de Marcos! Será?PDFPrintE-mail
manuscrito_griegoPor: Leonardo Felicissimo
A blogesfera está agitada! A lista de feeds (assinaturas de postagens em formato rss) dos biblioblogs que assino está borbulhando de comentários sobre uma possível cópia do Evangelho de Marcos datada do primeiro século d.C.
Observatório Bìblico, do Professor Airton José da Silva descreve:
Um pequeno fragmento do Evangelho de Marcos, datado do século I, teria sido descoberto, segundo Dan Wallace.
Outros blogs que comentam sobre o assunto são citados pelo próprio Professor Airton José da Silva e também por Jonh Byron do The Biblical World.
Todos os comentários a respeito do tema surgiram a partir da postagem de Daniel B. Wallace – acadêmico do Novo Testamento – sobre um de seus debates com Barth Erhman, conhecido aqui no Brasil por sua publicação, O que Jesus disse, o que Jesus não disse, famoso por sua boa argumentação em debates e por sua atuação na área de alta crítica da Bíbia.
comentário do Dr. Wallace, no terceiro encontro da série de debates com Barth Ehrman a respeito do texto do Novo Testamento, apresentou como resposta ao questionamento de Ehrman sobre a antiguidade dos manuscritos de Marcos, a existência de um manuscrito datado do primeiro século d.C:
Temos até 18 manuscritos do segundo século (seis dos quais foram recentemente descobertos e não catalogados ainda) e um manuscrito do primeiro século do Evangelho de Marcos! Ao todo, mais do que 43% dos 8000 versos no Novo Testamento são encontrados nestes papiros. Bart disse explicitamente que a nossa cópia mais antiga de Marcos era de 200 d.C, mas isto agora está incorreto. Ele é do primeiro século. Mencionei este novo manuscrito encontrado e disse a platéia que um livro será publicado por E. J. Brill em cerca de um ano que dá todos os dados. (No Q & A, Barth questionou a validade do fragmento de Marcos do primeiro século. Notei que um paleógrafo de classe mundial, cujas qualificações são impecáveis, foi minha fonte. Bart disse que mesmo assim, nós não temos milhares de manuscritos do primeiro século! Este tipo de ceticismo é incompriensível para mim)
O Dr. Wallace não publicou qualquer outra informação a mais com relação a este manuscrito, e questionado por um usuário sobre maiores informações respondeu:
Queria poder dizer mais a você, contudo os domínios acadêmicos deste tipo são frequentemente mantidos em segredo até a publicação. Compartilhei tudo o que me foi dado permissão para compartilhar. Dentro de um ano, a partir de agora, o livro será lançado e tudo será conhecido.
Um comentário importante do Professor José Ribeiro Neto, do Emunah Editora, quanto a achados dessa magnitude é que estes achados, merecem antes de tudo nosso questionamento. Muitas fraudes e enganos com relação a importância e relevância de certos materiais podem vir a tona. No entanto, em um caso como este, vale considerar a citação e a autoridade por trás da citação, que tem por peso alguém do calibre do Dr. Daniel Wallace, uma das maiores autoridades no que diz respeito ao texto do Novo Testamento.
Seguindo o caminho dos demais biblioblogs que acompanho, não poderia deixar de citar ocomentário de Larry Hurtado, citado pelo Jonh Byron, Airton José da Silva e pelo Adcumulus como um texto que oferece importantes esclarecimentos sobre novos achados.
Larry Hurtado apresenta algumas informações a mais com relação ao "tal" papiro:
O fragmento em questão parece ser parte de uma coleção de papiros que compôem a chamada Green Collection. A figura chave listada como perito para a Greek Collection (Coleção Grega) é Scott Carroll.Uma das listas de postagens recentes de supostos fragmentos antigos de muitos escritos do NT (incluindo cópias de algumas cartas Paulinas alegadamente datadas do segundo século d.C).
E ainda acrescenta algumas notas que se deve levar em conta, enquanto aguardamos mais notícias sobre os supostos novos achados:
  • A datação e identificação paleografica dos manuscritos exigem enorme experiência específica para o período e textos em questão. Vamos esperar e ver qual julgamento está por trás das reivindicações.
  • Datação paleografica jamais pode somente ser aproximada, talvez em torno de 50 anos mais ou menos. Paleógrafos especialistas muitas vezes discordam sobre um determinado item em até um século ou mais. Nunca é aconselhável descansar sobre um veredito, e, a confiança só será reforçada quando vários especialistas tiverem acesso completo aos itens.
  • É particularmente dificil realizar uma datação paleográfica de um fragmento, quanto menor é, mais dificil se torna o trabalho. Tal datação requer tantos caracteres do alfabeto possíveis e tantas ocorrências deles na cópia quanto possíveis para chegar-se a um bom veredito sobre a "mão".
  • Embora aumente-se as vendas potenciais de uma publicação fazer grandes afirmações e inferências e aplicar inferências sensacionais sobre os itens, isso não ajuda o sóbrio trabalho acadêmico envolvido. Também na verdade não acumula qualquer crédito ou maior credibilidade para estes ou aqueles itens envolvidos em sua manipulação.
Muitas dúvidas estão surgindo de muitos acadêmicos das áreas de Novo Testamento e Crítica Textual do Antigo Textamento. Sem dúvida, um manuscrito próximo ao original muito pode ajudar na compreensão da história textual e na comparação com outros manuscritos posteriores.
Ansiedade, desconfinça e dúvida se misturam com relação ao comentário de Daniel B. Wallace. Contudo, segundo informações do próprio Wallace, precisaremos aguardar mais um ano para de fato termos um veredito final sobre o assunto.
Outros links sobre o assunto:
FONTE: http://emunaheditora.com.br/ultimas-do-emunah/117-o-mais-antigo-manuscrito-de-marcos-sera

Um comentário: