segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

OS DEZ MANDAMENTOS EXISTIAM NO ÉDEN?


UMA  BREVE ANÁLISE DO ARGUMENTO DOS ADVENTISTAS DO 7 DIA!

Os adventistas do 7 dia geralmente afirmam que a Lei (por eles chamada "Lei Moral") foi dada a Adão no jardim do Éden, porem esta lei não poderia ser o decálogo, conhecido como os "dez mandamentos". Seria ir além do que está escrito no relato do livro de Gênesis!



Gênesis 2:16-17 - Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: "De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás".

Entendam! Esta foi a única "Lei" promulgada na época e dada a Adão para ser observada. Qualquer um sabe compreender que o texto citado não é uma “ordem” ou “mandamento” para se observar o sábado. É pretender demais pensar isto.


Se Adão foi criado no sexto dia, não justificaria ele ter de descansar já no dia seguinte, como prefigura o próprio mandamento: seis dias trabalharás! Qual atividade laboral o primeiro homem exercera?



Se Adão guardou o sábado, o escritor de Gênesis poderia muito bem ter mostrado isso de modo claro, tomando-o como exemplo de que este mandamento foi realmente observado desde a criação para toda a raça humana, mas não há clareza sobre o ponto. Se foi essa a intenção do escritor (provar que o sábado foi guardado desde o Éden) ele cometeu um erro grotesco.



Qual seria o melhor exemplo de que a raça humana desde os primórdios guardava o sábado?

Seria dizer que Adão (o pai da raça humana) o fazia. Porém, o que está registrado em Gênesis foi com relação ao descanso de Deus depois de sua atividade criativa. 


GÊNESIS “MENCIONA” O SÁBADO  – NÃO ORDENA GUARDAR O SÁBADO.




OBJETIVO DE DETERMINADA LEI 




Uma lei é uma norma escrita por uma autoridade competente e tem força a partir da sua promulgação, podendo ter ou não prazo de duração.

E para confirmar que a única lei dada a Adão no Éden foi a árvore da ciência do bem e do mal, leia o seguinte texto:

Gênesis 3:9-11, 17 - Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás? Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me. Deus perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu? "Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses"? 
E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.


Veja a clareza do texto: "Comestes da árvore que te ordenei que não comesses"?


Não existia nenhum outro mandamento do tipo: Honra a teu pai, não adulterarás, não furtarás, não cobiçarás ou quaisquer outros do decálogo.


Ora, Se Deus deu o sábado para ser observado como mandamento a Adão no Éden (entende-se que excluir um mandamento é excluir os outros), então seria óbvia a conclusão que os mandamentos restantes também foram dados. Mas a verdade não é esta. O texto não diz. E, por quê?


Haveria sentido Deus dizer a Adão, no Éden:


a) Honra teu pai e tua mãe - Se ele não tinha pai nem mãe?

b) Não adulterarás - Se só existia Eva; Com quem Ele Adulteraria?

c) Não furtarás -  De quem furtaria?

d) Não cobiçarás a mulher ou a casa do teu próximo - Que próximo? Que mulher?


A lei que Adão transgrediu foi a lei de "Não comer da árvore da ciência do bem e do mal". Reitero, basta ler estas duas perícopes para confirmar: Gênesis 2:16-17 com Gênesis 3:9-11;17.


ADÃO NUNCA CONHECEU OS DEZ MANDAMENTOS


O decálogo não era do conhecimento de Adão porque o pecado ainda não havia entrado no mundo e por esta razão não carecia de regras do tipo “não farás isto e aquilo”, como se vê no decálogo.

Da mesma forma, é errado dizer que o decálogo e com ele o sábado foi conhecido e observado pelos patriarcas, só porque Gênesis o menciona: A menção ao sábado foi para enfatizar a cessação da atividade criadora de Deus e não para ordenar um dia de guarda como mandamento a ser seguido.

Genesis 2:2,3 - Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera. Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera.


A lei não foi dada aos antepassados dos israelitas, pois está escrito:


Deuteronômio 5:3 - Não com nossos pais fez o SENHOR esta aliança, mas conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos


Isto é ainda sugerido pela ignorância de Moisés e Aarão, a respeito do que fazer com o homem pego apanhando lenhas no dia de sábado:

Números 15:32-34 - Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado. E os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação. E o puseram em guarda; porquanto ainda NÃO ESTAVA DECLARADO O QUE SE LHE DEVIA FAZER

Se a LEI estivesse em vigor desde o Éden, por que Moisés não soube o que fazer com o homem que transgredia o sábado?

PRESTEM ATENÇÃO

Qual a explicação para o povo de Israel guardar o sábado? O Escritor de Gênesis apela ao relato da criação, apontando a cessação da atividade criadora de Deus.


É certo que o tempo foi dividido em semanas de sete dias desde o princípio, mas a lei do sábado como tal, estabelecendo como santo o sétimo dia para ser observado de maneira especial, não foi instituída senão depois de Israel sair do Egito.

Estas palavras foram escritas por Moisés para o povo de Israel e serviram para explicar-lhes o porquê do mandamento para observar esse dia.


Deus declarou a Israel:

Êxodo 31:17 - Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento.



Vários textos confirmam que A LEI foi dada a Israel no Sinai: NÃO A TODA HUMANIDADE.


Neemias 9:13-14 - Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com eles, e lhes deste juízos retos e leis verdadeiras, bons estatutos e mandamentos; "O TEU SANTO SÁBADO LHES FIZESTE CONHECER; E LHES ordenaste mandamentos e estatutos e uma lei, por intermédio de teu servo Moisés ".


Deut. 5:1-3 - Chamou, pois, Moisés a todo o Israel, e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e preceitos que hoje vos falo aos ouvidos, para que os aprendais e cuideis em os cumprir. "O Senhor nosso Deus fez um pacto conosco em Horebe. Não com nossos pais fez o Senhor esse pacto, mas conosco, sim, com todos nós que hoje estamos aqui vivos".


Hebreus 8:9 - Não segundo "o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito"; pois não permaneceram naquele meu pacto, e eu para eles não atentei, diz o Senhor.


Pergunto: Com quem foi feito o pacto e em que local? O santo sábado não era conhecido? E, se era conhecido, porque Neemias disse que foi no “Monte Sinai” (v.13), que o dia de guarda foi lhes dado a conhecer?


Considere mais estes fatos importantes:


O sábado era sinal de aliança entre Deus e Israel (Ex. 31:17). As escrituras são provas disso, não declarações de homens, nem de supostas profetisas! E aqui me refiro a Ellen White.


Mas, que interessante, não foi o sábado dado como “sinal” de aliança com Abraão, foi a circuncisão (GENESIS 17:10). Ora, se Abraão guardava o sábado, era de se esperar que este mesmo “sinal” fosse a aliança com ele, não acham?


Se eu usar o argumento de que - O SÁBADO FOI FEITO PARA O HOMEM - dando a entender que Jesus não se referia aos judeus mas ao gênero humano em geral, isto dá evidencias de que nem a Lei, nem o sábado eram eternos (porque Jesus afirma - o sábado foi feito ) e mostra o aspecto puramente circunstancial e cerimonial do sábado. Não se pode apanhar uma declaração de Jesus concernente a um contexto em que estava sendo dita e a transformar em uma “ordem” para ser cumprida!

O contexto de Marcos 2:27,28 (unica passagem que diz ser o sábado feito para o homem), não enfoca a universalidade do sábado, mas a autoridade de Jesus sobre ele. Jesus não alargou o mandamento, mas restringiu-o aos judeus.

Se Jesus estivesse realmente dizendo que o sábado era para todo ser humano, isto teria levantado outra controvérsia com o fariseu e não o refutado, pois estes consideravam o sábado como posse única da nação judaica. Como o fazem até hoje!


O SÁBADO É PURAMENTE CERIMONIAL


O sábado não tem natureza moral. Há igrejas que fazem uma verdadeira “tortura” psicológica junto a seus membros, com relação à “GUARDA DO SÁBADO”, exemplificando como “heróis” aqueles que deixam de conseguir um bom ou ótimo emprego, ou deixam de entrar numa faculdade, ou deixam de se formar por causa de utilização de horas daquele dia que em português é chamado de SÁBADO, mas que nem sempre atende às normas do 4º Mandamento!

Imaginemos se um hospital pudesse fechar as suas portas, colocar seus pacientes no olho da rua, sexta-feira ao por do sol, e no “sábado” ao por do sol, reabrir e colocá-los de volta!

Ou os que estivessem de plantão: Médicos, enfermeiros, motoristas de ambulâncias, funcionários administrativos de plantão, (para admitir pacientes, ou fechar as contas dos que tivessem alta ou falecessem) no Sábado, estariam pecando?

Assim como hospitais, inúmeras outras atividades também têm de seguir a mesma regra, como por exemplo: Delegacias de Polícia, BOMBEIRO MILITAR, empresas de ônibus urbanos, intermunicipais, e interestaduais, funcionários de empresas de telefonia, de energia elétrica, de água e saneamento, refinarias, pólos petroquímicos e indústrias que precisam manter sistemas funcionando 24 horas em caráter ininterrupto; Enfim, uma infinidade de atividades que não podem parar.

E inclusive, alguns destes que eu citei acima, trabalham para que vocês (observadores do sábado) possam ter segurança e tranquilidade para manterem suas vidas, se reunindo aos sábados em suas igrejas e se deslocando para suas casas depois.

O sistema religioso que ensina a guarda de um dia judaico e puramente cerimonial transformando-o num requisito de ordem moral, é parte de um processo egoísta e legalista que faz as pessoas se voltarem contra a própria vida. 
Não podem transgredir o sábado, mas pagam outros para o fazerem. Não podem transgredir o sábado, mas utilizam constantemente serviços realizados por não-observadores do sábado. O que é isto, senão legalismo e egoísmo, além de hipocrisia?



UM MANDAMENTO DE TESTE PARA ABRAÃO. SERÁ?


O sábado não foi utilizado como “mandamento de teste” para Abraão, como afirmam muitos adventistas e nem o é para nós que “estamos em Cristo”. Por duas razões simples:

 1 - As promessas de Deus a Abraão não tinham a lei como base. É Paulo quem diz isso: CfGálatas 3:6-29; Romanos 4:13.

2 - "Muitos preceitos e mandamentos” foram dados a Abraão por Deus e Gênesis não menciona “o sábado” como sendo preceito dado a Abraão.


Jesus não teve que morrer pela transgressão dos dez mandamentos no Éden, como afirmam os adventistas do 7 dia. 

Se devemos guardar o sábado, por ser mandamento perpétuo (Ex. 31:13-16), então por que não observamos também os seguintes preceitos (pois também eram considerados perpétuos):

A páscoa (Ex. 12:14); 
Os holocaustos (lev. 3:16-17); 
A circuncisão (Gen 17:13); 
O sacerdócio Aronico (Ex. 29:9); 
A festa das primicias (Lev. 23:14); 
O dia da expiação (lev. 23:32).



Veja este link (EM INGLÊS), onde rabinos judeus ortodoxos afirmam que o sábado não foi dado a toda humanidade antes do Sinai.




Ou, poderão utilizar a ferramenta de tradução do google, para compreender em português, acessando aqui:







MARCELO VALLE

DEUS - NA VISÃO CRISTÃ ORTODOXA

Como primeira postagem, gostaria de falar sobre um assunto muito importante. DEUS.
O que poderíamos falar sobre Deus? Será que podemos conhecê-lo plenamente? A nossa visão sobre Deus está enraizada nas escrituras sagradas (bíblia) ou na visão popular?

Assumimos que todos os que se dizem cristãos têm a mesma visão acerca de Deus. Na prática, porém, vemos justamente o contrário. São muitas indagações ao invés de respostas prontas e por esse motivo tentaremos apontar outra direção nesta análise conceitual.

Toda religião tem seus próprios conceitos sobre quem é Deus. Cada uma à sua maneira tenta explicá-lo, cultuá-lo e entendê-lo. Com o cristianismo não é diferente e é com o cristianismo tradicional que quero tratar em particular em uma das suas visões acerca de Deus.

O cristianismo tradicional ensina um tipo de visão dualista sobre Deus. Visão esta com a qual não concordamos. Esta visão é caracterizada pela idéia de que Deus somente faz o bem [Summum Bonum] e que o mal é a ausência deste bem - conhecida como a Privatio Boni [privação do bem].

Um dos argumentos de Platão classificou o mal como pura e simples ausência de perfeição, mas esta teoria se viu debilitada com as muitas guerras, assassinatos e violências humanas de sua época. Como é que alguma coisa tão obviamente injusta poderia ser concebida como simples ausencia do bem? (grifos meus). [1].

Caro leitor, você acha certo este conceito? Diga a um sobrevivente do holocausto que o mal praticado alí foi "apenas" a  privação do bem? Diga a quem perdeu um parente no Tsunami ocorrido no Japão e nas enchentes da Região Serrana do Rio de Janeiro, que o ocorrido alí foi  "apenas" ausência do bem?

A meu ver, esta não é a visão bíblica do assunto. Esta visão cristã ortodoxa está teologicamente errada em sua base, pois teria que admitir o deslocamento da outra parte (a parte do mal) para algum outro ser. E, de fato, foi isto que aconteceu. Se Deus é somente o autor do Bem, então o Mal teria que necessariamente ser deslocado para alguém: E o foi, para o diabo. 

Para os escritores pré-exílicos, Yahvéh era a fonte do bem e do mal, como bem formulou Isaías (Cf. Is. 45:7). Até mesmo as ações ruins dos anjos eram do próprio Deus, já  que não havia muita distinção entre a ação de um anjo e a ação divina.[2]

O Antigo Testamento contém muitas citações sobre Deus como o autor do bem e do mal (não apenas do bem). Citaremos algumas: Observe a parte grifada na cor vermelha.


Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto Jó não pecou com os seus lábios. [3]
Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá algum mal na cidade, sem que o SENHOR o tenha feito? [4]
 Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; Eu, o SENHOR, faço todas estas coisas. [5].
Vede agora que eu, Eu o Sou, e mais nenhum deus há além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro, e ninguém há que escape da minha mão. [6]. 
Chamo a atenção dos leitores para os dois ultimos versículos acima citados. São verdadeiras amostras da personalidade e soberania de Deus.

O Cristianismo Constantiniano deturpou oficialmente estas verdades. Se Deus faz tanto o Bem quanto o Mal, podemos estar seguros de que tudo está sob seu controle, pois passaremos a ver o "mal" não apenas como ausencia do bem (privatio boni), mas como uma realidade que faz parte da nossa vida no seu todo. O fogo que incendeia o pasto, torna-o mais verdejante depois.

E mais, parece que as pessoas se concentram apenas no mal. Elas perguntam: por que existe o mal no mundo? De onde ele surgiu?
Daí surgem as mais diversas interpretações, inclusive bíblicas a este respeito. Ao invés disso, deveriam perguntar: por que existe o bem no mundo? O que vemos como mal, pode ser entendido do mesmo modo para todas as pessoas?

Penso que este erro  provém de não se separar adequadamente os diversos tipos de "dualismos" existentes. 
Há diversos tipos de dualismos em diversas esferas, consoante o campo a que se aplique. É preciso ter cuidado para não "fundir" em um só plano ou pessoa estes conceitos.

Existem dez tipos de dualismo [7], segundo o Dr. Henry Ansgar Kelly, são eles:


1 - Dualismo Metafísico (duas forças criativas de igual categoria, como no pensamento zoroastriano;
2 - Dualismo Cósmico (duas forças opostas não causais do bem e do mal);
3 - Dualismo Espacial (Céu e terra);
4 - Dualismo escatológico ou temporal (momento presente e final dos tempos);
5 - Dualismo Ético (a humanidade na encruzilhada do virtuoso e do corrompido);
6 - Dualismo Soteriológico (crentes e não crentes);
7 - Dualismo Teológico ( antagonismo entre o criador e as criaturas);
8 - Dualismo Físico (espírito e matéria);
9 - Dualismo Antropológico (Corpo e Alma);
10 - Dualismo Psicológico (tendência para o bem e para o mal). 

 ZOROASTRO INFLUENCIOU O CRISTIANISMO ORTODOXO

A visão dualista começou a ascender pra o mesmo patamar do monismo oficial na literatura apócrifa que floresceu entre as épocas da produção dos últimos livros do VT e o momento em que Cristo viveu. [8].
Zoroastro foi o primeiro dualista conhecido, pois ele via o mundo dividido em preto e branco, sem nenhum poder onipotente no seu controle. [9].

É evidente que a mitologia persa influenciou o cristianismo. Há muitos exemplos no AT mostrando que os antigos hebreus viam Yahvéh como a origem tanto do bem como do mal. Assim para os antigos hebreus o mal não constituia um problema. Eles acreditavam num único Deus e se havia o bem e o mal no mundo [...] tudo isso tinha sua origem em Yahvéh. [10]

Tanto as divindades do Egito como as de Canaã e de outros povos da Mesopotâmia eram monistas, pois um único princípio superior divino englobava o bem e o mal nos seus panteões. Mas, com Zoroastro floresceu uma nova maneira de organizar o relacionamento entre os dois elementos. E surgiu a forma mais pura de dualismo, no qual o bom deus Ahrura Mazda estava em conflito direto com o deus da guerra Ahriman; [11]

Entendamos bem a questão: Não é dizer que o mal existe quando o bem está ausente. Pelo contrário, é dizer que um se concentra no outro. Um existe "igualmente" com o outro, em conjunção. Se há substância em um, igualmente há no outro. Mesmo uma pequena vela acesa diante de uma floresta densa e escura, admite tanto uma realidade quanto a outra. 



Conclusão


Em Deus se concentra tanto o bem quanto o mal. Esta deve ser a nossa visão, pois ela segue a visão monista da bíblia hebraica. A parte prática de tudo isto é que com a visão errônea, o cristão pode perder a fé na soberania Divina (o crente precisa orar para ajudar Deus na batalha contra o diabo!), tem medos constantes do "sobrenatural" (ao invés de temer a Deus, teme ao que o diabo possa fazer), vêem o diabo como um ser com super-poderes capaz de fazer o homem se desviar de Deus e lança todos os seus pecados e fracassos nele responsabilizando-o ao invés de responsabilizar-se a si próprio pelos seus erros. Lamentável, porém uma triste constatação no meio cristão!
Precisamos, portanto reavaliar como nossa compreensão de bem e mal afeta nossas vidas e como isto afeta também nossa visão acerca de Deus.



MARCELO ALEXANDRE DO VALLE.






NOTAS:

[1] STANFORD, Peter - O Diabo, uma biografia - Rio de Janeiro: Gryphus, 2008 - pág. 21
[2] MIRANDA, Valtair - Coloque o diabo no seu devido lugar - Rio de Janeiro: MK Ed. 2007 - pág. 15
[3] Jó 2:10 ACF
[4] Amós 3:6 ACF
[5] Isaías 45:7 ACF
[6] Deuteronômio 32:39
[7] KELLY, Henry A. - Satã, Uma Biografia - Rio de Janeiro - Globo:, pp 57,58.
[8] STANFORD, Peter - O Diabo, uma biografia - Rio de Janeiro: Gryphus, 2008 - (Introdução, pág. XXXII)
[9] STANFORD, Peter - O Diabo, uma biografia - Rio de Janeiro: Gryphus, 2008 - Pág. 23
[10] SANFORD, John A. - Mal, o lado sombrio da realidade - São Paulo - Paulus, 1988 - pág. 28 e 39 a 40
[11] STANFORD, Peter - O Diabo, uma biografia - Rio de Janeiro: Gryphus, 2008 - (Introdução, pág. XXXI).






quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

INTENÇÃO DO BLOG

Este blog foi criado com o intuito de expressar minhas considerações pessoais sobre os mais diversos assuntos da teologia contemporânea, sua dogmática e seus diversos pontos de vista. Também abordaremos questões nos campos da filosofia e da psicologia profunda, sobretudo quando se trata de "religião". Em minha opinião, a psicologia profunda tem muito a nos ensinar sobre o assunto.Todas as opiniões serão bem-vindas, mesmo que divergentes, sendo antes porém analisadas e respondidas dentro do mais profundo respeito. A partir de hoje, estaremos postando alguns temas interessantes...."valle" a pena conferir...