Saudações Teológicas,
Gostaria de pedir-lhes que se inscrevam no canal, curtam e compartilhem se fizer sentido para vocês!
Segue o video :
Canal TEOLOGIA RADICAL no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Tqdz68I1KvQ
Com gratidão,
Marcelo Valle
Saudações Teológicas,
Gostaria de pedir-lhes que se inscrevam no canal, curtam e compartilhem se fizer sentido para vocês!
Segue o video :
Canal TEOLOGIA RADICAL no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Tqdz68I1KvQ
Com gratidão,
Marcelo Valle
"Pois Deus é como o ar. Quando a gente está em boas relações com ele, não é preciso falar. Mas, quando a gente está atacado de asma, então é preciso ficar gritando pelo nome dele. Do jeito como o asmático invoca o ar. Quem fala com Deus o tempo todo é asmático espiritual. E é por isso que anda sempre com Deus engarrafado na bíblia e em outros livros e coisas de função parecida. Só que o vento não pode ser engarrafado..." [1]
É preciso re-aprender a falar de "Deus" de uma forma "secular", não mais tratando-o como uma entidade distante que atende aos nossos caprichos.
Precisamos situar "Deus" dentro da história e da sociedade, e de certa forma "humanizar Deus", mas não no sentido cristológico, pois "Deus descer à terra" e se "encarnar" é pura mitologia!
É por este motivo, que aprecio a definição desse assunto da seguinte forma:
"Do que de verdade se trata é que não conhecemos a Deus, não o adoramos, não o possuímos e não cremos Nele. Não se trata tão somente de que se secou em nosso interior uma determinada capacidade; Para nós isso não significa uma mera afirmação sobre a fraqueza de nossa mente, mas uma declaração sobre a natureza do mundo, do qual tentamos convencer os outros. Deus morreu. Não estamos falando da "ausência da experiência" de Deus, mas da "experiência da ausência" de Deus!" [2]
NOTAS:
[1] Rubem Alves - O Deus que eu conheço - 4a Edição, Campinas SP - Verus 2015, p. 77
[2] Willian Hamilton - Teologia Radical e La Muerte de Dios - Ediciones Grijalbo, Barcelona, 1967 - p. 44 ) - tradução minha!
Quando me convenci de que o Universo é natural, de que todos os fantasmas e deuses são mitos, a alegria da liberdade permeou todos os meus sentidos, toda a minha alma, toda a minha mente, todas as gotas de meu sangue.
As paredes de minha prisão ruíram, o calabouço inundou-se de luz; todas as fechaduras, barras e grilhões dissolveram-se. Eu já não era mais um servo, um empregado ou um escravo; já não havia para mim qualquer mestre em todo o mundo – nem mesmo no infinito. Estava livre.
Livre para pensar, para expressar meus pensamentos; livre para viver meu próprio ideal; livre para viver para mim e para aqueles que amava; livre para usar todas minhas faculdades e todos meus sentidos; livre para abrir as asas da imaginação; livre para investigar, adivinhar, sonhar e expectar; livre para julgar e determinar a meu bel-prazer; livre para rejeitar todas crenças cruéis e ignorantes, todos os livros “inspirados” que selvagens produziram e todas as lendas bárbaras do passado; livre de papas e padres; livre da barreira entre os “escolhidos” e os “excluídos”; livre de todos os erros santificados e das mentiras sacrossantas; livre do medo da danação eterna; livre dos noctívagos monstros alados; livre de todos os demônios, fantasmas e deuses.
Pela primeira vez estava livre. Já não havia mais nenhum local de entrada proibida nos reinos do intelecto; nenhum ar, nenhum espaço onde a imaginação não pudesse abrir suas asas multicores; nenhuma corrente para meus membros; nenhum flagelo para minhas costas; nenhuma chama para minha carne; nenhum mestre para me intimidar ou ameaçar; nenhum caminho de outrem para ser seguido; nenhuma necessidade de obedecer, adular, rastejar ou fingir.
Estava livre. Emergi ereto, destemido e feliz. Encarei todos os mundos. Então meu coração encheu-se de gratidão por todos heróis e pensadores que deram suas vidas pela liberdade no pensar e no agir – pela liberdade das mãos e do intelecto; por todos aqueles que pereceram ferozmente em campos de batalha; por todos aqueles que morreram acorrentados em calabouços; por todos aqueles que subiram orgulhosamente as escadas de patíbulos; por todos aqueles cujos ossos foram triturados, cuja carne foi marcada e rasgada; por todos aqueles que foram consumidos pelo fogo; por todos os indivíduos sábios, bondosos e bravos de quaisquer terras cujos pensamentos e feitos permitiram que seus filhos fossem livres.
Jurei que seguraria a tocha que eles seguraram, e que a seguraria alta, para que assim sua luz sobrepujasse a escuridão remanescente. Sejamos honestos para conosco, honestos para com os fatos que conhecemos; e, acima de tudo, preservemos a veracidade de nossas almas.
Mesmo se deuses existirem, não temos como ajudá-los, mas temos como ajudar nosso semelhante. Não podemos amar o inconcebível, mas podemos amar nossas esposas, nossos filhos e nossos amigos. 1
Podemos ser honestos quanto à nossa ignorância. Se formos, quando questionados sobre o que há além do horizonte do conhecimento, devemos dizer que não sabemos; podemos dizer a verdade, e desfrutar da abençoada liberdade conquistada pelos bravos; podemos destruir os monstros da superstição, as serpentes ciciantes da ignorância e do medo; podemos expulsar de nossas mentes as aterrorizantes presas que rasgam e ferem; podemos civilizar nossos semelhantes; podemos preencher nossas vidas com ações generosas, com palavras amorosas, com arte, com música e com todo o arroubo do amor; podemos inundar nossa existência com o brilho do Sol, com o divino clima da bondade; e podemos beber até a última gota do cálice dourado da felicidade.
(Robert G. Ingersoll - Por que sou agnóstico?)