quarta-feira, 12 de outubro de 2022

A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS, ou CONTEM A PALAVRA DE DEUS?

Saudações Teológicas,

Gostaria de pedir-lhes que se inscrevam no canal, curtam e compartilhem se fizer sentido para vocês!

Segue o video :


Canal TEOLOGIA RADICAL no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Tqdz68I1KvQ





Com gratidão,


Marcelo Valle

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

A linguagem e a Experiência sobre "Deus" - Uma brevíssima reflexão!


Nossa linguagem e nossa experiência acerca de "Deus" é e sempre será inadequada e imprecisa.

O ser humano não experimenta "Deus" de modo real, como se fosse um conhecimento de primeira mão, como se fosse o "ar" que se respira!

É isto que Rubem Alves expressou muito bem, quando disse:


"Pois Deus é como o ar. Quando a gente está em boas relações com ele, não é preciso falar. Mas, quando a gente está atacado de asma, então é preciso ficar gritando pelo nome dele. Do jeito como o asmático invoca o ar. Quem fala com Deus o tempo todo é asmático espiritual. E é por isso que anda sempre com Deus engarrafado na bíblia e em outros livros e coisas de função parecida. Só que o vento não pode ser engarrafado..." [1]


A experiência da pessoa religiosa a meu ver, é sempre algo vindo de escrituras que foram ditadas por terceiros desconhecidos. 

Você acredita que Moisés,Paulo ou Pedro tiveram uma experiência com Deus só porque escreveram sobre isto e está hoje no livro que te disseram que é sagrado e infalível. 

Mas, sempre perguntarei: E a "sua" experiência? Direta, irrefutável, sem a intervenção de terceiros, você tem?

"Deus" significa tantas coisas para tantas pessoas, que torna-se quase impossível achar um conceito preciso e adequado. Cada religião o pensa segundo categorias próprias! E pensa de forma religiosa!

Não adianta afirmar que Deus desceu à terra para se relacionar com o ser humano, pois este conceito teológico não passa de tentativa frustrada de combater os "hereges" e te tirar da realidade.
Diante do nosso mundo secular atual, aproximar-se de Deus e ter "relacionamento" com Ele, não passa de engano. Auto-engano. Não é isto que vejo no meu dia a dia.

Se queremos nos "aproximar de Deus", ou tentar falar sobre "Ele", no mínimo devemos adotar a postura do não-cognitivismo teológico, onde o vocábulo "Deus" (coloco em letras maiúsculas por conveniência) enquanto não houver definição de termo, torna-se sem sentido, numa discussão e na vida real.

É preciso re-aprender a falar de "Deus" de uma forma "secular", não mais tratando-o como uma entidade distante que atende aos nossos caprichos. 

Precisamos situar "Deus" dentro da história e da sociedade, e de certa forma "humanizar Deus", mas não no sentido cristológico, pois "Deus descer à terra" e se "encarnar" é pura mitologia!


É por este motivo, que aprecio a definição desse assunto da seguinte forma:


"Do que de verdade se trata é que não conhecemos a Deus, não o adoramos, não o possuímos e não cremos Nele. Não se trata tão somente de que se secou em nosso interior uma determinada capacidade; Para nós isso não significa uma mera afirmação sobre a fraqueza de nossa mente, mas uma declaração sobre a natureza do mundo, do qual tentamos convencer os outros. Deus morreu. Não estamos falando da "ausência da experiência" de Deus, mas da "experiência da ausência" de Deus!" [2] 


Por aqui encerro!


Marcelo Valle 


 NOTAS:

[1] Rubem Alves - O Deus que eu conheço - 4a Edição, Campinas SP - Verus 2015, p. 77

[2] Willian Hamilton - Teologia Radical e La Muerte de Dios - Ediciones Grijalbo, Barcelona, 1967 - p. 44 ) - tradução minha!


domingo, 30 de janeiro de 2022

A invenção de Deus (Jose Saramago)

 



Não nos damos conta de que, tendo inventado Deus, imediatamente nos tornamos seus escravos.


 

Por que sou agnóstico? (Robert G. Ingersoll)

 




Quando me convenci de que o Universo é natural, de que todos os fantasmas e deuses são mitos, a alegria da liberdade permeou todos os meus sentidos, toda a minha alma, toda a minha mente, todas as gotas de meu sangue. 

As paredes de minha prisão ruíram, o calabouço inundou-se de luz; todas as fechaduras, barras e grilhões dissolveram-se. Eu já não era mais um servo, um empregado ou um escravo; já não havia para mim qualquer mestre em todo o mundo – nem mesmo no infinito. Estava livre. 

Livre para pensar, para expressar meus pensamentos; livre para viver meu próprio ideal; livre para viver para mim e para aqueles que amava; livre para usar todas minhas faculdades e todos meus sentidos; livre para abrir as asas da imaginação; livre para investigar, adivinhar, sonhar e expectar; livre para julgar e determinar a meu bel-prazer; livre para rejeitar todas crenças cruéis e ignorantes, todos os livros “inspirados” que selvagens produziram e todas as lendas bárbaras do passado; livre de papas e padres; livre da barreira entre os “escolhidos” e os “excluídos”; livre de todos os erros santificados e das mentiras sacrossantas; livre do medo da danação eterna; livre dos noctívagos monstros alados; livre de todos os demônios, fantasmas e deuses. 

Pela primeira vez estava livre. Já não havia mais nenhum local de entrada proibida nos reinos do intelecto; nenhum ar, nenhum espaço onde a imaginação não pudesse abrir suas asas multicores; nenhuma corrente para meus membros; nenhum flagelo para minhas costas; nenhuma chama para minha carne; nenhum mestre para me intimidar ou ameaçar; nenhum caminho de outrem para ser seguido; nenhuma necessidade de obedecer, adular, rastejar ou fingir. 

Estava livre. Emergi ereto, destemido e feliz. Encarei todos os mundos. Então meu coração encheu-se de gratidão por todos heróis e pensadores que deram suas vidas pela liberdade no pensar e no agir – pela liberdade das mãos e do intelecto; por todos aqueles que pereceram ferozmente em campos de batalha; por todos aqueles que morreram acorrentados em calabouços; por todos aqueles que subiram orgulhosamente as escadas de patíbulos; por todos aqueles cujos ossos foram triturados, cuja carne foi marcada e rasgada; por todos aqueles que foram consumidos pelo fogo; por todos os indivíduos sábios, bondosos e bravos de quaisquer terras cujos pensamentos e feitos permitiram que seus filhos fossem livres. 

Jurei que seguraria a tocha que eles seguraram, e que a seguraria alta, para que assim sua luz sobrepujasse a escuridão remanescente. Sejamos honestos para conosco, honestos para com os fatos que conhecemos; e, acima de tudo, preservemos a veracidade de nossas almas. 

Mesmo se deuses existirem, não temos como ajudá-los, mas temos como ajudar nosso semelhante. Não podemos amar o inconcebível, mas podemos amar nossas esposas, nossos filhos e nossos amigos. 1

Podemos ser honestos quanto à nossa ignorância. Se formos, quando questionados sobre o que há além do horizonte do conhecimento, devemos dizer que não sabemos; podemos dizer a verdade, e desfrutar da abençoada liberdade conquistada pelos bravos; podemos destruir os monstros da superstição, as serpentes ciciantes da ignorância e do medo; podemos expulsar de nossas mentes as aterrorizantes presas que rasgam e ferem; podemos civilizar nossos semelhantes; podemos preencher nossas vidas com ações generosas, com palavras amorosas, com arte, com música e com todo o arroubo do amor; podemos inundar nossa existência com o brilho do Sol, com o divino clima da bondade; e podemos beber até a última gota do cálice dourado da felicidade.

(Robert G. Ingersoll - Por que sou agnóstico?)

sábado, 11 de abril de 2020

MANIFESTO CONTRA O DOGMATISMO DA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL - CCB



Inicio este manifesto fazendo de frente uma constatação: Tenho percebido ao longo da minha caminhada que fiz nesta denominação, que as pessoas na CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL (CCB) possuem uma "Dependência Psicológica" em relação aos ensinos da Igreja. Eles criaram uma espécie de "muleta", onde não conseguem andar sem ela de jeito nenhum.
 
E o que caracterizou esta dependência psicologica?

Em minha opinião, o que caracterizou esta dependência, foi quando comecei a observar as pessoas e seus comportamentos dentro das seguintes condições:

1 – Para eles, a denominação é a "única" que prega a verdade - As outras ensinam o erro.

2 - Fora da igreja não há salvação - Só está salvo quem está na CCB.

3 - Criação de "jargões" onde predomina o uso repetitivo que é copiado por todos - Todos passam a falar e fazer coisas que ouviram de outros, mas não tem o mínimo de respaldo bíblico, o fazem simplesmente por imitação.

4 - O que é dito pelo "líder" no púlpito (Ancião, Cooperador) deve ser aceito sem questionamento, pois trata-se de Revelação Divina - Alguns até tem o status de profeta.

5 - Uma suposta "inspiração pelo espírito Santo", que dá o status de autoridade a qualquer palavra pregada no culto - Desprezo pelo estudo minucioso da bíblia, ou quando o fazem, sempre tendo como palavra final a tradição.

6 - O ensino da igreja sempre emana de um corpo diretivo principal - Normalmente a "suposta" igualdade doutrinária na verdade não passa de manipulação para enganar os fiéis. Na CCB todo conjunto doutrinario emana dos chamados "tópicos de ensinamentos".


 

DESENVOLVIMENTO DO TEMA


Das 06 condições que apontei acima, a última, todavia me parece a mais perigosa. Onde há um corpo diretivo principal, de onde saem as "doutrinas" para guiarem as pessoas, normalmente estas são elaboradas sem um estudo bíblico abalizado e as pessoas têm que aceitar este ensino sem poder questionar sua validade. O ideal seria que as doutrinas fossem compostas por um colegiado com diferentes opiniões, com pessoas competentes no conhecimento bíblico, e que chegassem a unanimidade com total embasamento.
Esta maneira de atuar da CCB sem dúvida não procede das escrituras. Cf. Atos 17:11, para derrubar esta ideia.

O texto de Atos 17:11 afirma que os "Bereianos" receberam de bom grado a palavra, mas o fizeram após um exame "diário" das escrituras para ver "se estas coisas eram assim". O contrário também é válido: Se o ensino não estiver de acordo às escrituras, não deve em hipótese alguma ser aceito. Mesmo os ensinos do grande Apóstolo Paulo eram examinados à luz das escrituras para verificarem sua validade.

Estas são características gerais que pertencem às denominações que se apresentam como exclusivas e únicas, como é o caso da CCB. 
Ora, examinar as escrituras diariamente é uma ferramenta segura contra a opinião pessoal (seja de qualquer membro ou de alguém com cargo ministerial), pois se cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus, é importante que cada um de nós examine os problemas religiosos que acompanham nossa vida diária e forme por si sua própria conclusao. 

Um principio muito importante, pois frisa muito bem que cada pessoa é responsável pela opinião que emitir e que você deve por si mesmo buscar compreender e avaliar a temática conforme as [suas] condições. Quem conhece e vive sua vida é você mesmo e ninguém melhor do que você pode avaliar sua propria situação!


IGREJA X BIBLIA = CCB

Por exemplo, será que é correto praticar determinadas ações, somente porque a minha denominação proíbe?  

O que a igreja proíbe é sempre o que a bíblia proíbe?

Eu percebi que o que está certo para a "igreja" nem sempre está certo para a "bíblia". E também, que o que é certo passa a ser errado, e o que é errado passa a ser certo quando avaliado sob a ótica da doutrina eclesiástica e não da bíblia.

Ou seja, a CCB criou padrões de comportamento, de vestuário, de comunicação, com suposta fundamentação bíblica. Mas, ao conferir esta fundamentação, não consegui encontrá-la. Uma vez ouvi um Ancião pregar no púlpito que - crente hoje está todo errado, pois em sua casa entra todos os tamanhos de aparelhos de TV, e fez questão de frisar que na casa dele “jamais entraria um aparelho desses”.

Eu fico imaginando quanto tempo perdido esses “ungidos” levam pensando sobre questões tolas como essas, para depois bombardearem os irmãos de cima do púlpito!

Eu sei que muitos não vão aceitar o que estou dizendo, mas, desculpe a sinceridade, é porque você também é mais um SEGUIDOR DE HOMENS que não consegue caminhar com os próprios pés, porque pensa que já ouviu ou que já leu toda a verdade bíblica, mas na realidade o que você segue são ensinos formulados nas reuniões ministeriais, mas você pensa ingenuamente que está seguindo a bíblia, tem medo de confrontar sua crença e as supostas palavras desses ungidos!

Devemos verificar sempre se a interpretação procede e se tem base bíblica, afinal, o principio protestante clássico é a : Sola Scriptura (somente a escritura).

Mas parece um tanto esquecido este princípio, afinal é melhor sentar no banco e ouvir o líder pregar, é mais cômodo e não gasta tempo com estudo pessoal.

Aliás, interpretação bíblica é o que mais falta nos “ungidos” do Senhor. E, aqueles que ousam questionar são tidos como “hereges”. Esta é a Santa Inquisição da CCB!
 

Particularmente penso que as pessoas que se mantêm nesse patamar religioso e eclesiástico são pessoas que no fundo gostariam de dizer e fazer o que estou dizendo e fazendo aqui, mas elas têm medo. Elas tem medo de "cair", porque se abandonarem sua muleta, como poderão andar? Se esqueceram, porém, que as duas pernas que possuem estão em pleno vigor físico.
Elas querem também é "voar", mas o que vão fazer se perceberem que outros vão olhar para eles  e condená-los?

Engraçado é que se alguém decide "tomar do fruto e comer" (aqui certamente vão torcer o significado que pretendo dar), para que os olhos se abram e seja como Deus sabendo o bem e o mal [Genesis 3:5], logo é visto como o transgressor, o pecador, aquele que merece ser exilado para fora do jardim....
 

Talvez a queda de Adão não tenha sido mesmo uma queda, quem sabe? Talvez tenha sido uma queda para cima, quem sabe?

Outro detalhe que vejo neste complexo eclesiástico com roupagem santa, é que as doutrinas emanadas das reuniões ministeriais colocam Deus dentro de uma caixinha e dizem para ele: Fique ai e só aja de acordo ao que nós dissermos.

Deus é restrito apenas ao que a denominação diz. 

Ele só ouve sua oração dentro dos moldes exigidos pela denominação. Tem que ser de joelhos, somente!
 
Ele só atende você, se estiver vestido à maneira exigida da denominação. Homens de calça comprida e mulheres de saia, senão é pecado! (Os cultos on line provam minha tese).

Ele só escuta a música da denominação. Só os hinos do hinário são inspirados por Deus.
Ele jamais atende quem não estiver ligado à denominação.

Ele só se apresenta dentro do templo erigido da denominação, pois não poderia se apresentar fora dele. (Onipresença somente dentro dos templos?)

Ele é tirano, maltrata quem erra e tira a liberdade de quem o desobedece.

Ele é cruel e vingativo.

Ele, enfim, é um deus pequeno, impotente, pois não tem liberdade de ser quem Ele deseja ser. 

A EGREGORA CCBIANA

Conseguem perceber que este “Deus” é a projeção clara de todos os atributos humanos de seus lideres e por extensão, de seus membros?
O "Deus" da CCB é a projeção imagetica e mental do colegio de anciaos em concordancia com toda a irmandade. Uma especie de egrégora esoterica CCBiana.

Eu estou sendo bem ousado em minhas afirmações e se for apedrejado [num bom sentido] por isto, não estou nem um pouco me importando. Não tenho dívidas com ninguém e nem estou interessado em fundar nenhuma denominação. Para quê? Já existem tantas, aos milhares.

Há gosto doutrinário para tudo!
As religioes viraram um verdadeiro mercado onde se têm produtos para todos os gostos.
E, também, se alguém discordar de mim, não me importo com isso...Minha vida pertence a Deus e principalmente a mim mesmo.

Todavia, penso que as pessoas deveriam refletir melhor a respeito do que creem e como creem, pois, segundo a biblia -  o Eterno, o Criador do céu e da terra não habita em templos feitos por mãos de homens [Atos 7:48,49], pois ele habita em mim e em você, onde você estiver.

Estás ligado a Deus? Então, sem duvida ele estará ligado a você. E não me venha por favor, dizer que eu não estou, somente porque não pertenço à sua ou à outra denominação. Isto não está na bíblia, nunca esteve!

Você pode estar "dentro" da igreja, mas Deus pode não estar "dentro" de você.

Você pode andar direitinho de acordo as doutrinas e regras de sua denominação, mas pode não estar "andando" com Deus. Porque Deus não se limita as regrinhas criadas pelos homens. Ele é mais, muito mais do que isso. Ele vai mais além!
  
DENOMINAR OUTROS DE HEREGES

Outra constatação óbvia é esta: Denominar outras igrejas como “seitárias”.
É preciso deixar claro que a palavra “seitário” simplesmente NÃO EXISTE.
 

Esta palavra está tão entranhada no linguajar da Igreja, que acabou tornando-se corriqueiro ouvir tal expressão em meio de pessoas completamente tomadas por um sentimento de grandeza.
Aos que mencionam tal palavra, ela é utilizada com significado pejorativo. Acaba sendo uma forma de definir todos aqueles que são crentes, porém não fazem parte da sua denominação, no sentido de intitular os "seitários" como pessoas fora do evangelho, apesar de serem cristãos, já havendo aí uma enorme discordância no vocabulário.

A palavra correta a ser utilizada, no entanto, teria que ser SECTÁRIO, porém na realidade nua e crua a palavra a ser utilizada seria... NENHUMA!!!
Porque no final, isso é uma forma de intolerância religiosa e completamente fora da Palavra de Deus.

Um dos significados da palavra sectário seria "partidário." Provém da palavra seita, que da mesma forma é usada de forma pejorativa, e o ideal é que nunca fosse utilizada.

Voltando ao "seitário, veja o que o Senhor Jesus responde a João quando questionado de outras pessoas operando milagres em seu nome e não faziam parte do meio em que eles viviam:

E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue.
Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós. (Marcos 9:38-40)

Dá pra notar que desde aquela época já se sentia um traço de ignorância e uma certa superioridade, quando João diz que ele e os discípulos proibiram alguém de expulsar demônios porque não seguiam junto deles. E mais uma vez, Jesus dá um esclarecimento tão notável e simples de que quem não era contra eles, por eles seria. Simples assim!

Não houve e ainda não há (e não haverá) exclusividade sob os dons de Deus.
As pessoas precisam compreender que Deus é milhares de vezes superior a qualquer instituição religiosa e os templos feitos pelas mãos dos homens não durarão para eternidade e sim as almas dessas pessoas.

É necessário cuidado para que a instituição não nos faça errar perante Deus e um erro grave é destratar nosso próximo, do contrário o Senhor não deixaria para nós o mandamento " Amar ao próximo como a ti mesmo."
 

Nossos irmãos em Cristo, não importa em qual igreja cultuem a Deus, devem ser tratados como tal. São nossos irmãos e não " seitários" ou sectários ou, pior, primos. Somos irmãos em Cristo Jesus.

No céu não haverá separação de acordo com as placas das igrejas e muito menos herdará o céu uma única e exclusiva denominação.


Infelizmente, rotular uma denominação como "sectária" e sua vertente errônea "seitária", mostra que é necessário amadurecer e muito sobre o conceito que temos de Deus e da Igreja. Não sabemos definir de jeito nenhum estes dois conceitos.

Imagino que, como sempre, minhas reflexões incomodarão ao religioso comum, habituado que está ao dogmatismo frio e engessado.

E aqui, dirijo minha reflexão à este ser humano cristão e religioso confessional e profundamente apegado a tradição CCB, sem esperar compreensão alguma!

Ouço muito esta frase no meio da irmandade: 

"Vamos nos reunir na Casa de Deus"! 
"Vamos congregar"! 
"Você 'tem' que estar na Casa de Deus"!
"Vamos Buscar a palavra"!
(...)

Todas estas frases contêm erros escrituristicos graves.

Percebi que o culto desses irmãos são apenas rituais vazios feitos dentro de 4 paredes. Para agradar a  platéia. Sua 'religiosidade', ainda que cristã, é na verdade do tipo 'farisaica'. Hipocrisia é a tônica de seus discursos. São intolerantes dentro e fora de casa.  Pregam o amor de cima dos púlpitos porque precisam apresentar algo aos ouvintes. Mas, na hora da prática do amor, uma amnésia profunda os toma. Impressionante como o amor é seletivo. 

Cito as palavras sábias de um grande teólogo, que diz: 
"Jesus Cristo, domesticado nas igrejas, surgiu com frequência como o representante justificador do sistema religioso-politico, do seu dogma, culto, direito eclesiástico: cabeça invisível de um aparato eclesial muito visível, garantia de tudo que foi feito em fé, ética, disciplina. Quanta coisa não foi ele obrigado a legitimar, a sancionar na igreja e na sociedade nos dois mil anos de cristianismo! Como apelaram a Ele reis cristãos e principes eclesiasticos, partidos cristãos, classes e raças! Para quanta coisa estranha - em ideias, leis, tradições, costumes, medidas - ele não teve de dar cobertura! Portanto, contra qualquer tentativa de domesticação de qualquer espécie, diga-se com toda clareza: Jesus não foi homem pertencente a nenhum establishment eclesiástico ou social". (Hans Kung)


 NÃO ACEITO MAIS OS DOGMAS

É por este e outros motivos que sempre afirmarei “não aceito mais os dogmas”. Não importa de qual vertente ele venha.

NÃO aos dogmas. Eles engessam o pensamento. Eles tornam o ser humano intolerante. Possuidores da 'verdade' e inquisidores da divergência. Não creio que exista a forma católica de crer, a forma espírita de crer, a forma protestante de crer e a forma judaica de crer. 
Deus não pode ser objeto de produção e projeção do ser humano. Um Deus 'particular'. Ao sabor do grupo. E o mundo dito cristão de hoje, só modificará, assim penso eu, quando mudarem sua forma de ver Deus e a bíblia”.

O grande causador deste tipo de visão distorcida na CCB e em muitas igrejas evangélicas é de fato o “Dogmatismo”. Este nos impede de respeitar e aceitar as diferenças de pontos de vista, bem como de ver nos outros a expressão da própria natureza Divina.

O dogmatismo engessa o pensar e congela o senso de moral que devemos ter em relação ao outro. Torna-nos divisores da humanidade.

As relações fraternas que os irmãos mantêm entre si são baseadas exclusivamente no interesse e conveniência pessoais. O que você pode me oferecer? Qual seu curriculum? Qual a importância que você tem para mim como irmão? Como te vejo, como irmão, ou o que? Quem é você?

A “moral” que os irmãos pregam nos púlpitos se baseia exclusivamente no lado exterior do ser humano. São verdadeiras águias em observar e querer limpar o “exterior do copo e do prato” (Mateus 23:25,26), e ao contrário, são lesmas asquerosas ao observar as qualidades (internas) espirituais.

Esta suposta “moral” se baseia na adesão estrita aos preceitos impostos pela igreja, ou seja, uma obediência cega a regras, sem direito a seu questionamento, o que leva a frieza espiritual. É esta visão reducionista do ser humano causada pelo dogma, que traz no seio da irmandade os conflitos ideológicos que estamos acostumados a ver.

Considero, no entanto, que a verdadeira “Moral” se relaciona com o respeito que todo indivíduo deveria ter para com ele próprio e com os outros. O respeito a si mesmo consiste em viver segundo suas próprias idéias e não em se fundamentar nos comportamentos que se reprova nos outros. O respeito aos outros consiste, simplesmente, em não fazermos ao nosso semelhante o que não gostaríamos que ele nos fizesse. Aliás, esta é a regra áurea dos ensinos do nosso Senhor. (Mateus 7:12)

Só conseguem enxergar que tipo de roupa você usa, se você tem TV em casa, se você usa jóias, se você vai à praia, se vai ao shopping, se gosta de ler diversos tipos de literaturas alem da bíblia, e sobretudo, se você emite uma opinião contrária ao que o dogma impôs como sistema, em quaisquer áreas em que se apresente na igreja.

Estes conflitos entram na área eclesial também. Passam a formar grupinhos, escolhem qual cooperador e ancião é melhor para se aproximarem (este irmão prega melhor que aquele), qual igreja devem freqüentar e o pior, quais irmãos podem fazer parte do grupinho fechado (rejeição de alguns membros). São verdadeiros fariseus dos tempos atuais. Dividem assim ainda mais o corpo de Cristo (se é que posso chamar esta bagunça de “corpo”).

Percebi também que há seres humanos que se escondem sob um véu de 'religiosidade' e 'moralidade' que os torna invisíveis. Protegidos pela divindade. Quase deixaram de ser humanos. Será que são anjos? Não, anjos talvez não sejam tão podres!

Ninguém consegue ver suas injustiças, trapaças e podridões. Gritam pelas ruas que são intocáveis, que sua verdade é a única, inquestionáveis, e que suas vidas são exemplos e sequer podem ser contrariados. Semi-deuses se tornaram.

O dogma na igreja é uma espécie de “governo totalitário” religioso. Eu diria mais, uma espécie de fanatismo. Um “papado” ao estilo protestante. Querem governar suas idéias, suas roupas, seu alimento, o que você deve ou não assistir, e por fim sua própria convicção espiritual. 
É uma praga amedrontadora da vida dos mais frágeis do pequeno rebanho. Uma prisão para sua vida espiritual.


Se faz urgente e necessário, portanto, que uma mudança radical seja feita nas crenças e nas posições dogmáticas que a CCB adotou ao longo deste século, tanto no plano moral como doutrinário. Deve ser enfatizada mais a busca da espiritualidade latente no ser humano, suas qualidades interiores e respeitada a liberdade de pensamento.




O QUE PENSO DA IGREJA E QUAL MUDANÇA SUGIRO PARA ELA

A igreja hoje é uma instituição, com cadastro no CNPJ. Atualmente é sinonimo de "templo". Esta, que o ser humano criou e fundou. 

Igreja, no entanto, deveria ser simplesmente a "reunião dos chamados para fora". E, por ser assim, independe de qual lugar estejam reunidos estes "chamados". Imaginem se o conselho de anciães entendesse essa ideia. Quanto dinheiro seria utilizado apenas para matar a fome do faminto. Vestir os necessitados. Ajudar de fato somente aqueles que precisam de ajuda.Quanto dinheiro deixaria de ser desviado para o bolso "santo" de muitos!

A 'minha' igreja, no entanto,  é a minha mente (Thomas Paine) e meu culto começa quando acordo de manhã. Um culto que dispensa formalidades e números. Onde falando ou em silêncio sou ouvido. Dentro e fora do corpo, pois 'não está longe de cada um de nós' (Atos 17:28). Um culto onde eu não seja 'separado', mas 'um' com Deus e os demais (João 17:21). 

E a bíblia? É aquela que estudo para tentar entender sua problemática e sua contextualização histórico-social. Sim, deve ser estudada. Como produto de homens para homens ela possui uma problemática a ser resolvida. 
Sem contar que fora construída com outros idiomas e outras ideologias, em outras áreas geográficas, longe de nossa mentalidade ocidental. 
Não é a mesma bíblia que sob uma 'revelação' divina querem que eu engula e não faça digestão. 
Esta, que os líderes querem se apropriar sob um pseudo manto outorgado de autoridade divina. 

A CCB prega uma pseudo-revelação. Achismo fundamentado em achismo.
Basta formular frases conectadas e disparar perguntas simples para derrubar essa falsa revelação: 

Ancião, cooperador, ou diácono, por favor, me explique em detalhes como se formou a bíblia? Por que ela tem 66 livros, nem mais nem menos? Como foram escolhidos e canonizados os 66 livros? Por quem foram? O que é Canonizar?A biblia caiu do céu prontinha para você ler na igreja?

Não estou querendo denegrir a imagem das pessoas que frequentam o templo CCB, pois tem gente muito séria lá, que leva a vida diante de Deus com muita responsabilidade. Cada  pessoa é livre para seguir onde se sentir melhor, o que eu não gosto e que não concordo é ter que ser coagido a seguir ou aceitar algo que não me sinto à vontade, ou que em minha compreensão não se tornou inteligível. Tenho direitos também de seguir ou não!

Em resumo isto é uma especie de carta aberta a qualquer irmão (seja ele do ministerio da CCB ou não), onde apresento minhas reflexões sobre o porque não pertenço mais a esta denominação conhecida como Congregação Cristã no Brasil.

Obs. final: Pode ser que este artigo sofra algum acrescimo, se eu julgar necessario.


Marcelo Valle

quarta-feira, 18 de março de 2020

Reflexões sobre o video do Pr. Silas Malafaia - UMA RESPOSTA AOS PROFETAS DO CAOS

Embora não concorde com tudo o que o pr. Silas Malafaia prega e ensina, nesse vídeo, especificamente, eu abro 90% de concordância com o que ele expõe a respeito da relação entre a IGREJA EVANGELICA e a pandemia de CORONAVIRUS

Neste país se critica tudo e todos. MAS CRITICOU A IGREJA, A BÍBLIA OU AS RELIGIÕES VOCÊ CRIA INIMIGOS. Por que isso?

Religião e bíblia são ideias humanas e passiveis de críticas com toda certeza.
Sabe quem pensa que religião não se discute?
Quem acha que ela é divina!
Quem acha que Deus desceu do céu e te deu um livro sagrado em língua portuguesa com zíper e tudo, para você ler na igreja (risos)!

VAI ESTUDAR MEU FILHO!

Siga quem você quiser, contanto que não retire de mim esse direito pela força, se eu não quiser seguir! E não se torne meu inimigo por isso, a não ser que você queira ser meu inimigo, fique à vontade!

Sou e sempre serei crítico dessa instituição chamada Igreja. Eu a vi por dentro e sei como ela funciona. Cada um deve analisar o que lhe convém e por si só tomar a decisão.
Eu faço o trabalho do teólogo que pensa por si mesmo.
E, se isto incomoda alguns, é porque não sabem separar e nem interpretar bem o que se diz. 

Muitos entram na igreja e DEIXAM O CÉREBRO LÁ FORA. Por isso, o líder pode fazer o que quiser, até mesmo roubar seu dinheiro e sua liberdade usando a bíblia e o nome de Deus, que o fiel vai dizer que não importa, que ele prestará contas. Ora, isso é desculpa ou medo de expor os erros deles? 

TOME CORAGEM MEU FILHO!

É preciso deixar de ser OVELHA e deixar de crer em tudo o que seu pastor/padre diz e passar a ter um olhar crítico.

Não sejam vítimas desses que se auto-intitulam como “autoridades divinas” e “representantes de Deus na terra”. Eles nunca foram e nunca o serão.

Em minha última postagem recebi algumas críticas porque exagerei a questão da fé em detrimento da prevenção na igreja. Porém, veja que no vídeo abaixo, o Pastor de forma sensata a meu ver, aborda essa questão DA MANEIRA CORRETA.

A única coisa que eu discordo dele é quando ele diz que a igreja é o ÚLTIMO LUGAR DA FÉ E DA ESPERANÇA...e enche a igreja de versículos bíblicos que se aplicam ao povo de Israel, não à Igreja.

Bom, só consigo compreender essa frase dele na medida que A IGREJA É UM LUGAR ONDE AS PESSOAS ENCONTRAM CONFORTO E SEGURANÇA PSICOLÓGICA, ATRAVÉS DA FÉ QUE EXERCEM EM SEU DEUS E SANTOS E EM SEU LIVRO SAGRADO. Como psicólogo ele diz, e realmente ele está certo, quando suas emoções estão fragilizadas, sua imunidade também estará. 

Por isso, é preciso ter uma mente forte em primeiro lugar, para não sucumbir diante de qualquer doença. 

Eu pergunto: como esperar uma mente forte, de gente que tem dependência psicológica de um padre/pastor/bispo, ou seja lá o que for?

Se, ao invés de buscar respostas por Si, esperam ouví-las da boca de um mortal que consideram como SANTOS?

Diante de catástrofes naturais e doenças graves em forma de pandemia, o último reduto de qualquer pessoa, inclusive do fiel, é a CIÊNCIA.
A IGREJA NUNCA PODERÁ SALVÁ-LOS
.

É A CIENCIA que trará a resposta para as curas e encontrará ferramentas para evitar um mal maior. 
Procure saber a respeito do Terremoto de LISBOA em 1755. A data contribuiu para um alto número de fatalidades, visto que ruas e igrejas estavam cheias de fiéis. 
E, quem não se lembra de Igrejas cujos tetos desabaram e mataram os fiéis? 
A FÉ PÔDE SALVÁ-LOS? 

Então, a questão se resume no ponto que eu tentei afirmar na postagem anterior e que neste vídeo o Pr. Silas aborda com consciência: “Pastor, e se entrar alguém com o vírus aqui na igreja? Pague o preço da tua chamada”, ele responde!

Então, se você acredita REALMENTE na bíblia e em DEUS....está na hora de mostrar ao mundo que nada chegará nem a você e nem àqueles que você tem como irmãos. Diante do perigo, a fé sobrevive sem prevenção. Fé é acreditar na possibilidade diante do impossível. É fazer como Jesus fez, CURAR INSTANTANEAMENTE.
Colocar a mão no leproso! Você tem coragem? Tem fé? 

Porque senão sua fé em realidade é uma fé fragilizada que só funciona quando tudo vai bem, pois na hora do real perigo, você nem se lembra que Deus existe. Tanto é verdade, que as pessoas recorrem à ciência quando estão doentes, porque sabem que ela é que trará a cura e não Deus. ISTO QUE SE VÊ NAS IGREJAS NÃO É FÉ.

Por isso eu perguntei: os milagres só aconteceram nas páginas da bíblia? Por que hoje não acontece mais? Por que as igrejas só têm sessão de cura em seus templos?

Eu nesse momento pratico a prevenção. Tenho o cuidado necessário comigo e minha família. Isto sim pode salvar. Fé para mim não serve para nada. A ciência resolverá, sem essa fé religiosa que se apregoa!

Depois que essa pandemia passar, as igrejas que fecharam com medo do CORONAVIRUS, perderão seus membros que começarão a questionar as pregações que saírem de seus púlpitos e altares que falam sobre fé na provação e na doença, porque os primeiros a ficarem com medo foram seus líderes. Se estes considerados SANTOS ficaram com medo, o que dirá dos demais? Que belo exemplo de "fé" eles deram!
Se você não tem FÉ, realmente o mais sensato é ficar em casa!



 
Marcelo Valle