quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A VERDADEIRA IGREJA EXISTE!



A verdadeira igreja existe!

Ela está no coração daqueles que procuram moldar-se aos ensinamentos internos de Jesus. Não somente de Jesus, mas daqueles que, como verdadeiros mestres deixaram todo um conjunto de ensinamentos voltados ao aperfeiçoamento e libertação do ser humano. 


A verdadeira Igreja não é fabricada de material perecível. Ela é você, você mesmo, de carne e ossos!
A minha mente é a minha igreja, já dizia Thomas Paine!

Quando compreenderes que tipo de ser humano és, entenderá que não há prisões que o impeçam, pois a eternidade é seu caminho natural. Se for o caso, morra por isto!

Não há, em minha opinião, "igrejas verdadeiras" fabricadas por mãos de homens, pois este é um grande erro doutrinal propagado na atualidade. Talvez seja herança do catolicismo e protestantismo clássicos, presumo! 

Os chamados "ministros" das denominações, de forma geral procuram justificar suas "funções eclesiásticas" criando regras e doutrinas em cima da bíblia, para manterem-se no controle das pessoas às quais pretendem conduzir. 

Você certamente já leu na bíblia palavras como: bispo, pastores, apóstolos, anciãos, diáconos, apenas citando-os como exemplo.

Mas, duvido que você tenha "enxergado" que tais termos jamais foram deixados como herança de uma tradição supostamente passada desde os apóstolos, para fazer divisão entre eles e o povo comum. O Clero e os leigos!

Você deve seguir seu Bispo ou seu pastor, pois ele é um homem de Deus? E você, não é?

Olhe à sua volta e procure os homens e mulheres que detêm estes "títulos" e veja como eles agem? 

Veja se não há "abuso de autoridade" com um termo tratado indevidamente? 

O que é um bispo, ou pastor, ou apóstolo, ou diácono, em seu puro conceito bíblico? Veja, se há compatibilidade entre o termo e a função a qual criaram na atualidade para o termo?

Então, por que ninguém questiona isto? Não dizem que seguem a bíblia? Cegueira deliberada?

Pergunte a algum desses "ministros de Deus", se eles ao menos sabem como se formou a bíblia? 

Quem escolheu o numero exato desses livros bíblicos que deveriam figurar como "inspirados"? Por que somente estes, se eles sabem que muitos outros foram escritos?

Por que 66 ou 73 livros, nem mais, nem menos? Divergência entre a inspiração divina e os concílios eclesiásticos?

Não se sabe nem mesmo quem foram os autores dos evangelhos, mas por que temos 4 evangelhos e 4 autores, que divergem em eventos importantes, desqualificando os livros ditos inspirados? 
Sim, porque Deus não erra, então como haveriam relatos discordantes de um mesmo evento?

Com extrema ousadia, tenho coragem em afirmar que nem mesmo a bíblia estes "ministros" conhecem. Não entendem seus termos originais e nem mesmo seus conceitos e expressões idiomáticas. 

Como posso entender quem ou o que é Deus, quando assistimos o avanço e a descoberta de diversos planetas e estrelas no vasto universo, tendo como fundo um livro escrito numa época primitiva?

Deus também não pode ser um conceito criado por seres humanos? Quem criou este termo: "Deus"?

O ser descrito como "Deus" na bíblia não te parece um ser com características humanas? Examine esta ideia!

Um livro, mesmo sendo considerado sagrado, pode me ditar regras do tipo morais? Dependo disto para aprender e praticar ações morais? 

Conheço alguns que nem mesmo pregam o que lêem em seus púlpitos, acostumados que estão a enganar o povo com uma suposta "revelação divina", que segundo eles vem direto do trono da divindade, na hora da pregação.

Há sempre uma conveniência para defender seus próprios interesses e pontos de vista. Defender o nome da denominação a qual pertencem. E, é óbvio, os altos salários pagos pelo povo humilde e enganado.

Você concorda que outro ser humano possa ser "ministro" (no sentido dado atualmente na Igreja) sobre sua vida? Que ele dite regras a você, baseado em sua própria interpretação da bíblia? 

É assim que se difundiu inúmeras e as mais diversas denominações. Aumentam cada dia mais. E, criam mais e mais pessoas enfermas, deficientes da visão, que acham que podem "salvar" outras. Triste realidade!


Qualquer denominação que se apresente como "pronta", "única" e "verdadeira", e eu acrescentaria "exclusiva", é perigosa e alienante, pois não está aberta aos raios de luz da verdade que brotam da reflexão que advém do estudo independente da bíblia, que somente se consegue com o livre pensar, o pensar não dogmático. 

Eu acredito que se pode extrair muito ensinamento da bíblia com o devido cuidado em seu exame. Isto, é claro, resguardando os devidos contextos histórico-sociais e a questão importante das traduções.

A bíblia, porém, deve fazer sentido para você primeiro, antes que se possa sequer "impor" sua observância. Aliás, sou extremamente contrario à ideia de que qualquer regra religiosa deva ser imposta. Se fizer sentido para você e você aceitar interiormente, para mim tudo bem.

Pois, a denominação que assim procede, pensa não necessitar de mais nada.

A "verdade" sentida em cada um é progressiva, pois precisamos assimilá-la pouco a pouco e compreender seu processo interiormente.

Nem tudo que se ensina pelas igrejas afora, representa a parcela da verdade que necessitamos aprender, há muita coisa ainda não compreendida e não assimilada e muita coisa ainda repleta de tradições e amontoados não fundamentados na bíblia somente. 

Eu já vi e estou convencido, que o que a igreja institucionalizada segue na verdade, são as regras criadas e impostas nos concílios eclesiásticos, que ao longo de muitos seculos foram tomando força e se estabelecendo através de interpretações falseadas da bíblia. Estas regras prevaleceram sobre povos e ideias. Ganharam forma de verdade, apenas pelo uso da força.

Precisamos urgentemente nos desfazer desse ensino que diz que esta ou aquela é a verdadeira igreja, só porque observa este ou aquele preceito, ou porque pratica ou não esta ou aquela tradição, ou porque criou um espécie de "marca" para si, a fim de se auto-afirmar como "a esposa". 
A "única", herdeira e detentora da verdade divina.

É triste constatar quantos doentes querem continuar doentes, e quantos cegos continuam a guiar outros cegos, mesmo com o medicamento para a cura à sua inteira disposição.

A verdadeira Igreja existe. É você, que se dispõe a trabalhar interiormente sobre Si Mesmo!





Marcelo Valle



AFORISMOS DO "VALLE" #4




Quantos homens entre mim e Deus! 

Quanto farisaísmo espalhado em ações!





AFORISMOS DO "VALLE" #3




Que esperança há para um ser humano qualquer, que não contribuiu de nenhuma forma com a má politica que está aí, porém, de forma coletiva sofre junto com os demais, os excessos da má gestão administrativa do governo? 


Se reclamo da corrupção, me dizem que "o brasileiro é corrupto" por natureza. Que está no gene da sociedade a corrupção e mudar tem que começar em cada casa, em cada familia.



Quer dizer então que eu tenho que pagar pelos pecados de Adão, é isto? 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

AFORISMOS DO "VALLE" #2





"Não creio que exista a forma católica de crer, a forma espírita de crer, a forma protestante de crer e a forma judaica de crer, ou qualquer outra forma. Deus não pode ser objeto de produção e projeção do ser humano".





AFORISMOS DO "VALLE" #1



Tem pessoas que são como "moscas"; 
Só servem para transmitir doenças, suas doenças.







domingo, 6 de novembro de 2016

Descobrindo o verdadeiro sentido da Religião




As doutrinas fundamentais de todas as religiões se comprovarão idênticas em seu significado “esotérico”, uma vez que sejam desagrilhoadas e libertadas de 4 itens:

1 - Do peso morto das interpretações dogmáticas;

2 - Dos nomes pessoais;

3 - Das concepções antropomórficas;

4 - Dos Sacerdotes Assalariados.



(Segue ampliação do tema)......


Marcelo Valle

domingo, 31 de julho de 2016

TRADUÇÕES BÍBLICAS QUE FAVORECEM A INTERPRETAÇÃO DE "SATAN" COMO SER MALIGNO #1

Nesta serie de postagens, vamos tratar sobre algumas traduções bíblicas em língua portuguesa, que a meu ver favorecem a errônea interpretação de que "satan" seja um ser maligno exclusivamente.


Os tradutores da bíblia convencionaram traduzir em língua portuguesa alguns vocábulos originais do idioma hebraico e do idioma grego com a letra inicial em "maiúscula", e em alguns casos, isto pode promover o entendimento de que o vocábulo em questão refira-se à uma pessoa. 


ESPÍRITO E ESPÍRITO SANTO


É o caso da palavra “Espírito” – tanto em hebraico quanto no grego. Observe o grifo na letra E maiúscula.

A expressão Espírito de Deus, por exemplo, é uma dessas expressões que quando lida em nossa versão em português faz com que o leitor pense que se trata de uma pessoa (independente) de Deus, principalmente se o leitor já possui um viés trinitariano.

Os tradutores convencionaram que o vocábulo Espírito quando se referindo a Deus deve ser traduzido com E maiúsculo e espírito do homem ou de outro ser que não sejam Deus e Cristo, deve ser traduzido com e minúsculo

No original grego e hebraico, porém, não há esta distinção, entre maiúsculas e minúsculas. 

A palavra “espírito” no grego é pneuma ( πνεῦμα ) e no hebraico é ruach ( ורוח ) - [lê-se Ruarr ], e todas utilizam a mesma forma de escrita, não estando diferenciadas entre maiúsculas e minúsculas. 

A passagem no original grego que mostra claramente esta igualdade é 1 Aos Coríntios 2:11, onde o espírito de Deus está escrito da mesma forma que espírito do homem, não havendo distinção em maiúsculas e minúsculas, portanto. 

O fato de Espírito de Deus estar escrito com E maiúsculo em nossas versões em português, influencia a mente do leitor para que ele pense que se trata de uma pessoa divina (a 3a pessoa da trindade). 


O VOCÁBULO - SATANÁS


O mesmo caso ocorre com a questão da palavra “satanás”. Algumas passagens bíblicas em nossas versões em língua portuguesa, ao invés de traduzirem o vocábulo hebraico “satan” como “adversário” ou “oponente” (que é o seu significado correto), o deixaram sem tradução, apenas o transliteraram, e ainda acrescentaram a letra inicial maiúscula. 


 PASSAGENS BÍBLICAS RELEVANTES


Salmos 109:6 (ACF) - Põe sobre ele um ímpio, e Satanás esteja à sua direita. 

Salmos 109:6 (ARC 1995) – Põe acima dele um ímpio, e Satanás esteja à sua direita. 

Observe a letra "S" grifada. Nestas duas versões o vocábulo satanás foi escrito com a inicial S maiúscula e deixado sem tradução. O contexto, porém, indica que se trata de um “adversário” humano comum, não um ser sobrenatural do mal. 

Consultando-se as versões católicas, inclusive a Bíblia de Jerusalém, todas traduziram o vocábulo corretamente. 

Salmos 109:6 (AA) - Põe sobre ele um ímpio, e esteja à sua direita um acusador. (le´satan – ושטן ). 

Davi aqui está falando a respeito dos homens maus que o cercavam, os quais Ele mesmo chama de “meus adversários” (Cf. Salmos 109:4 AA), ou “que me acusam” (NVI). 

Todo o capítulo exige que a palavra “satan” seja traduzida, observando seu verdadeiro significado e evitando distorções interpretativas. Deixando-a sem tradução, o leitor será influenciado a pensar que Davi está falando a respeito de um ser sobrenatural chamado “Satanás”, o que não é o caso absolutamente. 

Nesta passagem do Salmos 109, o vocábulo “satan” ocorre 4 vezes: 

a) V. 4 - {Em} paga do meu amor são meus adversários: mas eu {faço} oração. (Traduzida corretamente); 

b) V. 6 - Põe acima dele um ímpio, e Satanás esteja à sua direita. (Deixada sem tradução na ACF e ARC); 

c) V. 20– Seja este da parte do Senhor o galardão dos meus contrários, e dos que falam mal contra a minha alma. (Traduzida na versão ACF como contrários); 

d) V. 29 - Vistam-se os meus adversários de vergonha, e cubra-os a sua própria confusão como {uma} capa. (Traduzida corretamente). 


EXAME DE 3 VERSÕES BÍBLICAS DIFERENTES


Para confirmar, veja este mesmo capítulo, em 3 versões diferentes e como elas traduziram o v. 6 corretamente: 

NOVA VERSÃO INTERNACIONAL (NVI) - “Designe-se um ímpio como seu oponente; à sua direita esteja um acusador”. 

(Sociedade Bíblica Britânica) - “Coloca sobre ele um homem perverso, E esteja à sua direita um adversário”. 

ARA - “Suscita contra ele um ímpio, e à sua direita esteja um acusador”.



Marcelo Valle

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Vamos falar sobre Gênesis 3 e a "Serpente"?


É surpreendente para muitos cristãos não encontrar menção a satanás quando examinam o livro de Gênesis no capítulo 3, mas apenas menção a uma serpente falante. 

No entanto, a opinião comum alega que “satanás” aparece pela primeira vez nas escrituras no relato da tentação de Eva.

Segundo esta opinião, a serpente com o poder da fala representou a primeira manifestação mediúnica na história, pelo fato de que este animal fora "possuído" pelo anjo do mal e usado como instrumento de sua vontade de enganar. A parte do que seja uma experiencia mediunica, constitui para mim um grande desrespeito em tratar a experiencia mediunica com esta forma erronea de pensar.

Não posso concordar com esta opinião e apresentarei algumas simples razões:


1 - A crença comum (aqui entendida como ensinada no meio cristão católico-protestante) introduz elementos ao relato bíblico da tentação de Eva que não existem no texto. Isto é muito comum, o que em teologia se chama de "eisegese".

Na simples análise superficial do texto no relato de Gênesis 3, estão em cena 3 personagens: Adão, Eva e a serpente

O texto já começa dizendo: 

Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta [a serpente] disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? [Gênesis 3:1-1] [Grifos Meus];


Então, podemos ver que o redator do texto mostra que esta serpente era um animal que o Senhor Deus fez e que falava. 

Não se constata nenhuma evidência textual que qualquer coisa tenha estado dentro da serpente para induzi-la a falar e a fazer o que ela fez. A Serpente continuou sendo apenas uma Serpente. (Cf. 2ª Cor. 11.3). 


2 - Segue-se então a descrição do diálogo entre a mulher e a serpente e do v.14 em diante, percebe-se uma sequencia interessante, na qual quero trazê-los à reflexão:


a) No v. 14 e 15 há uma punição para a serpente:

Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

b) No v. 16 há a punição para a mulher:

E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.
[Gênesis 3:16-16];


c) No v. 17 é a vez de Adão: 

E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.
[Gênesis 3:17];


Não quero entrar no mérito de fazer o leitor questionar se o relato deve ser entendido de forma literal ou alegórica.  Mas, é preciso pensar na possibilidade de qual simbolismo o redator do texto em questão estaria tentando utilizar, tendo como pano de fundo a cultura circundante do povo de Israel, mitos que se conheciam com relação à criação do cosmos e em qual período da historia este texto foi escrito.

Sempre lembrando que antes de ser um texto para nosso entendimento atual, foi na verdade um texto para o povo de Israel naquela época em questão. Há, portanto, um abismo cronológico envolvido. 

Esta resposta, portanto, ficará ao exame de cada um.


3 - O que desejo fazer o leitor notar é que no texto só se percebe 3 (três) seres envolvidos na tentação, os quais receberam a punição por desobedecerem.
No entanto, o argumento que se ouve atualmente está desprovido de lógica bíblica e racional, pois ouvimos que o suposto anjo do mal incorpora a serpente e induz Eva a comer da árvore da qual Deus tinha ordenado não comer. [Cf. Genesis 2: 15,16];


É preciso muito cuidado para não fazer a bíblia dizer coisas que não estão absolutamente escritas no texto. A inferência pode ser perigosa, quando vem descontextualizada e se espalha de tal forma que deixa muitos cegos pelo caminho, pois  não enxergam que sua base está defeituosa.


Reflitam comigo e tentem encontrar uma resposta plausível: 


Por que Deus puniu aqueles três em seguida a suas desobediências, mas não puniu (conforme o entendimento comum) o verdadeiro autor e instigador dos crimes que eles cometeram? 


O texto relata somente 3 seres. De onde se infere a existência deste "quarto ser" no texto em questão?






MARCELO VALLE

sábado, 7 de maio de 2016

Sobre os "demônios" na bíblia - O que penso como teólogo! #1






Uma análise cuidadosa dos relatos sinóticos acerca dos milagres de Jesus e de seus discípulos mostra que onde havia evidências físicas claras das causas de uma doença, a doença era simplesmente explicada: os homens eram cegos, coxos, surdos, não podiam endireitar-se, com sangramento contínuo, ou eram leprosos. 
Só quando não havia nenhuma causa física óbvia, ou onde a doença era inexplicável pela informação disponível no momento, isto era então causado supostamente por espíritos malignos.

Comecemos com um exemplo para ilustrar o caso:

No evangelho de Mateus, dois casos de cura estão reunidos. O primeiro refere-se a dois cegos a quem Jesus curou. (Mateus 9:27-30). O relato diz simplesmente: 


Então lhes tocou os olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé.
E os olhos se lhes abriram (
Mateus 9:29,30).


Mas logo depois, quando os dois homens se retiraram, outro homem foi levado a Jesus. Ele estava "mudo e endemoninhado" (versículo 32). 

Como é estranho pensar que os dois homens estavam cegos somente porque seus olhos necessariamente estavam abertos (evidencias físicas visíveis) mas o homem era mudo (sem causas físicas óbvias), porque estava possuído por demônios!

Se realmente existe um mundo espiritual habitado por demônios que causam estas doenças, ambas teriam que ter sido causadas por espíritos imundos. A única explicação que faz sentido e que concorda com o resto do ensino da Bíblia, é que as doenças sem causa aparente foram atribuídos naqueles dias aos chamados "maus espíritos".


À época de Cristo, as doenças eram geralmente atribuídas aos "demônios". Assim nos diz Geza Vermes:

Para avaliar corretamente as atividades de cura e exorcismos de Jesus, é necessário saber que, em épocas passadas, os judeus entendiam haver um relacionamento entre as doenças, o demônio e o pecado. Como complemento lógico de semelhante conceito de má saúde, acreditava-se em consequência, ainda no século III a.C, que recorrer aos serviços de um médico era falta de fé, visto ser a cura monopólio de Deus. [1]



Nos relatos dos sinóticos, podemos retirar alguns paralelos que me parecem corroborar com esta afirmação:




Em Lucas 11:14, diz-se que o demônio expulso por Jesus era mudo


"Estava Jesus expulsando um demônio, que era mudo; e aconteceu que, saindo o demônio, o mudo falou; e as multidões se admiraram".


E isto pode ser depreendido de outras passagens também:


As passagens que explicam e expandem a de Lucas estão em Mateus 9:32-34 e Mateus 12:22-32. (Observem o grifo):


Enquanto esses se retiravam, eis que lhe trouxeram um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo e as multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em Israel. Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios. (Mateus 9:32-34)


Trouxeram-lhe então um endemoninhado cego e mudo; e ele o curou, de modo que o mudo falava e via. E toda a multidão, maravilhada, dizia: É este, porventura, o Filho de Davi?
Mas os fariseus, ouvindo isto, disseram: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios. Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá. Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seus reino?
E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino de Deus.
(Mateus 12:22-28)






Comparem com atenção as duas perícopes de Mateus com a de Lucas. Percebam que não foi o demônio (considerado um ser espiritual do mal) que dominou o corpo da pessoa e lhe causava transtornos físicos, neste caso a mudez. 

O próprio relato de Lucas, em várias versões, mostra que não era o "demônio" que causava a mudez, mas o demônio era a "própria mudez”. 


Afinal, o homem estava mudo por causa do demônio que estava nele, ou o demônio era mudo mesmo? 

Outra visão: é possível que a palavra demônio tenha sido utilizada de forma figurativa?

Parece-me que quando o demônio (mudez) foi expulso, é lógico presumir que sua "expulsão" representa sua "cura". 

É o que o texto de Mateus 12:22 indica: "...e ele o curou, de modo que o mudo falava e via".

Mateus 8:14-17 nos mostra que há esta possibilidade, em compreender que "expulsar" demônios significa "curar" as enfermidades. 

O episodio emblemático mostra Jesus entrando na casa de Pedro que estava com sua sogra em estado febril, e que quando Jesus toca-lhe com a mão, diz o texto: "a febre a deixou". A febre não é uma entidade pessoal que entra e sai de um ser humano! É um sintoma de enfermidade.

Da mesma forma, o texto diz que lhe eram trazidos muitos "endemoninhados", que com sua palavra "expulsava os espíritos" e "curava" todos os enfermos. E isto, para que se cumprisse o que diz o profeta "Ele tomou as nossas enfermidades e levou as nossas doenças"......

A clareza do texto assusta: Uma profecia sobre cura de enfermidades sendo aplicada a episódios em que Jesus na verdade expulsava os demônios! 
Claro, demônios eram considerados como doenças no tempo de Cristo.


Raymond Brown resume muito bem esta questão:

Alguns dos casos em que os evangelhos sinoticos descrevem como exemplos de possessão de demônios parecem ser casos de enfermidade natural. Você não pode evitar a impressão de que algumas vezes, em relação à possessão de demonios, tanto os evangelistas como Jesus estão refletindo o inexato entendimento medico-religioso de sua época.[2]

Joachim Jeremias diz do mesmo modo:

As enfermidades de toda classe se atribuíam aos demônios, especialmente as diferentes formas de enfermidades mentais; [...] Não há, portanto, nada surpreendente no fato de que os evangelhos também retratem a enfermidade mental como uma possessão de demônios. Eles falam na linguagem e conceitualização de sua época.[3]


Mateus 17:15 diz:

“Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e muitas vezes na água; E trouxe-o aos teus discípulos; e, não puderam curá-lo. E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui. E repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou”. 

A passagem paralela, Marcos 9:14-29 descreve a mesma pessoa com “espírito mudo” que o apanhava, o despedaçava, o fazia espumar e ranger os dentes (v. 17,18). Em Lucas 9:39 afirma que um “espírito o tomava” e não o largava até o quebrantar.

Observe que ser "lunático" - afetado pela lua – ou na expressão de Marcos e Lucas – "possuído por um espírito" - não significa que ele esteja possuído por algum demônio (na cultura tradicional), apenas que ele era uma pessoa que sofria um mal – a epilepsia pode ser verificada aqui, pelos sintomas descritos no texto. 

Tanto é que quando Jesus repreende o mal, o texto descreve como o menino sendo "curado". Mateus ainda informa que o “espírito era mudo e surdo” (Mateus 17:25).






Demônio no texto é uma expressão figurativa. O relato de "satanás expulsando satanás" foi feita em forma de parábolas. Confira Marcos 3:22,23; 4:2


Fontes antigas (como por exemplo, os manuscritos de Qumran, livros de demonologia como o 1º Testamento de Salomão e inscrições em cerâmica e paredes), confirmam o que sabemos dos evangelhos sinóticos, que a maioria dos judeus acreditava que quaisquer doenças que não podiam explicar, eram causadas por “demônios”. Mas, se eles pudessem explicar uma doença, como por exemplo, a lepra ou a paralisia, então eles não a atribuíam aos demônios. 

Veja esta citação de Geza Vermes [4]


"No mundo de Jesus, o diabo se acreditava ser a base da doença, bem como do pecado. A ideia de que os demônios eram responsáveis por todos os males físicos e morais penetrou profundamente no pensamento religioso judaico, no período após o exílio babilônico, sem dúvida, como resultado da influência iraniana sobre o Judaísmo nos séculos V e IV a.C quando a Palestina, bem como os judeus da diáspora leste foram objeto de domínio persa diretamente"

Veja, por exemplo, que Mateus descreve a doença do servo do centurião de Cafarnaum como "violentamente atormentado", ao passo que Lucas o descreve como "doente e moribundo". (Lucas 7:2,3 e Mateus 8:5,6). 

Há um paralelo interessante nos sinóticos, onde podemos comparar a linguagem de Jesus sobre "expulsar demônios" como "saindo das pessoas" e as enfermidades também como "saindo das pessoas". Exemplo disso verificamos em Marcos 1:25,26 e 30,31 e passagem paralela: Lucas 4:35,36 com 39,40 e 41.


Concluindo, é somente pela visão cristã ortodoxa que se consegue achar que são os demônios que causam tormentos aos seres humanos. Os argumentos usados nos sinóticos são concebidos para levar os leitores à conclusão de que vida e morte, doença e saúde estão em última instância nas mãos de Deus e a única cura foi fornecida (segundo os relatos) através de Seu filho.




Marcelo Valle



DES-DOGMATIZAR O CRISTIANISMO - UMA NECESSIDADE CADA VEZ MAIS REAL




NOTAS:



[1] VERMES, Geza - JESUS E O MUNDO DO JUDAISMO - Ed. Loyola, Sao Paulo, 1996 - p. 16

[2]BROWN, Raymond - An Introduction to New Testament Christology (London: Geoffrey Chapman, 1994) p. 41. Apud HEASTER, Duncan - The Real Devil - disponivel em: <http://www.realdevil.info/4-3es.html>

[3] JEREMIAS, Joachim - New Testament Theology (London: S.C.M 1972) p. 93. Apud HEASTER, Duncan - The Real Devil - disponivel em: <http://www.realdevil.info/4-3es.html>

[4] VERMES, Geza - Jesus, o Judeu - p. 61 (1981)

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Nosso cristianismo é mesmo autêntico? - Uma brevissima reflexão!


Imagino que, como sempre, minhas reflexões incomodarão ao religioso comum, habituado que está ao dogmatismo frio e engessado.

E aqui, dirijo minha reflexão à este ser humano cristão e religioso confessional.....sem esperar compreensão alguma, pois já conheço este mundo!


Ouço muito esta frase no meio religioso: 


"Vamos nos reunir na Casa de Deus"! 

"Vamos congregar"! 

"Você 'tem' que estar na Casa de Deus"!!!.........[ênfase no tempo do verbo]. 

"Volte para a Igreja"!


Causa-me a impressão que àqueles que estão distantes do templo (entendido erroneamente como CASA DE DEUS), não podem gozar da benção desse Deus (particular e confessional), pois para estes as bênçãos estão condicionadas à frequência e ativismo ao templo.


Pensando neste assunto, encontrei algumas bases bíblicas que desmoronam esta suposta ideologia de que para estar com Deus ou para encontrá-lo, ou para receber suas bênçãos, necessito [ênfase no verbo] para isto ter que frequentar assiduamente uma reunião religiosa semanal;


Vamos às bases: [Versão Almeida Imprensa bíblica]


Salmos 139:3 - Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos;


Salmos 139:4 - Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces;


Salmos 139:7,8 - Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também.


Os 4 versículos acima demonstram sem sombra de dúvidas, que a presença de Deus está em todos os lugares (ONI - PRESENÇA), impedindo dessa forma que haja exclusividade de qualquer ser humano (qualquer que ele seja) a encontrá-lo em lugar específico. E, que este Deus conhece "todas as coisas", ou seja, trata-se de um Deus ONISCIENTE. 

O capítulo 2 de Daniel é bem incisivo, ao mostrar o poder do Deus Bíblico, ao predizer o futuro através do sonho da estátua de ouro do Rei Nabucodonozor, confirmando sua total ONISCIENCIA.

Para mim, estes dois atributos estão interligados causalmente. Um Deus que pode estar em todos os lugares, tem (deveria ter) necessariamente conhecimento de tudo que acontece!









Mateus 6:1-6 - Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.

Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.

Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.

Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.


Este belíssimo discurso proferido por Jesus (acima) ensina a doação de si mesmo às boas obras e não necessita de que eu esteja ligado "institucionalmente" a nenhuma denominação. Nem mesmo quando tenho que fazer minhas orações diarias.....Interessante, não?

Porque os hipócritas dos tempos de Jesus eram justamente aqueles religiosos que adoravam mostrar que tudo quanto faziam, sejam obras, orações e atitudes, deveriam ser vistas pelos homens.

Há um claro "contraste" delineado aqui. O oposto de "orar em pé nas sinagogas", "às esquinas das ruas" -  é -  "entrar no teu quarto, fechar a porta e orar em secreto". 

Claro demais! Você vê alguma semelhança com o sistema religioso atual?


Eu vejo atualmente o que denomino de "farisaismo cristão", onde o clero e o fiel até mesmo para executar boas obras, precisa(m) que elas sejam vistas, que sejam até mesmo transmitidas pela TV. 

Hoje, as igrejas mesmo quando vão fazer os seus projetos sociais, como ajuda aos moradores de rua por exemplo, transmitem essas imagens como propaganda à população para que vejam que estão a "cumprir seu papel" de reintegradoras de vidas. 







O texto de Jesus é muito claro: "Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens".

É legal ajudar os pobres? Sim......É legal dar sopão e roupa aos moradores de rua? Sim! Posso fazer isto apenas estando ligado a alguma igreja? Não!

Só acho que não se deve cometer a hipocrisia de fazer isto e transmitir em rede de televisão, ou redes sociais, pois estão se comportando como os fariseus dos tempos de Jesus.....Não é à toa que a pecha de fariseu cristão que eu utilizei é muito apropriada!








Isaías 66:1 - Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificaríeis vós? e que lugar seria o do meu descanso? 


O livro de Atos mostra claramente que Deus não estava satisfeito com a existência do templo, embora permitiu sua construção. Veja:


Atos 7:48-50 - Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono,e a terra o estrado dos meus pés.Que casa me edificareis? diz o Senhor,Ou qual é o lugar do meu repouso? [referencia à Isaías 66:1]...Porventura não fez a minha mão todas estas coisas?


Não soa contraditório, achar que Deus está no templo e somente lá pode ser buscado, adorado e ouvido, sendo que Ele está em todos os lugares?

E, a conclusão a que se chega é que não há dessa forma, a necessidade de se gastar altas somas em dinheiro para que se construam templos cada vez mais luxuosos, a fim de abrigar o povo para esse encontro com a Divindade....

Simplesmente porque "O Altissimo NÃO HABITA EM TEMPLOS FEITOS POR MÃOS DE HOMENS".


Sempre que leio e re-leio a chamada "Grande Comissão" de Jesus (Mateus 28:19-20), ou seja, a ordem dada aos discípulos para IR POR TODO MUNDO, FAZER DISCIPULOS DE TODAS AS NAÇÕES.....não consigo obter uma outra compreensão, senão a de que Jesus não manda os discipulos erguerem templos, criarem denominações, criarem organizações eclesiasticas representativas de sua ordem....NÃO!

A ordem foi explicita: FAZER DISCIPULOS - BATIZAR - ENSINAR A OBSERVAR AS ORDENS DE JESUS...

Onde está a ordem para construir templos?





O meu modo de pensar é corroborado com a leitura feita do livro de Atos, onde visualizamos os discipulos "cumprindo" a ordem de Jesus e mesmo que a principio frequentassem o pátio do templo judaico, sabiam que segundo as profecias do Monte das oliveiras, ele seria deitado abaixo em muito breve. Cf. Mateus 23:38; Mateus 24:2

Hoje vemos uma distorção dos ensinos de Jesus e da ideia de templo. Templo hoje são as paredes construídas com ministérios desenvolvidos para os mais variados tipos;

À época dos apóstolos, templo era somente o de Jerusalém, destruído no ano 70 E.C.

A igreja se reunia de casa em casa e era formada pelo grupo de pessoas que seguiam aos ensinos de Jesus, independente de local de reunião.

Em síntese, tudo o que os fariseus dos tempos de Jesus praticavam e entendiam em relação ao seu templo, hoje os cristãos acabaram por copiar....

Tudo girava em torno do templo e hoje, num movimento de estranho retorno ao passado, os cristãos copiam a ideia do sistema politico-religioso em total descumprimento aos preceitos claros descritos nos evangelhos que alegam tanto seguir.





Nas palavras de Hans Kung [1]:

"Jesus Cristo, domesticado nas igrejas, surgiu com frequência como o representante justificador do sistema religioso-politico, do seu dogma, culto, direito eclesiástico: cabeça invisível de um aparato eclesial muito visível, garantia de tudo que foi feito em fé, ética, disciplina. Quanta coisa não foi ele obrigado a legitimar, a sancionar na igreja e na sociedade nos dois mil anos de cristianismo! Como apelaram a Ele reis cristãos e principes eclesiasticos, partidos cristãos, classes e raças! Para quanta coisa estranha - em ideias, leis, tradições, costumes, medidas - ele não teve de dar cobertura! Portanto, contra qualquer tentativa de domesticação de qualquer espécie, diga-se com toda clareza: Jesus não foi homem pertencente a nenhum establishment eclesiastico ou social".


É por este e outros motivos que afirmo não crer mais em dogmas, como afirmei em outro artigo, veja:[2]

Quanto aos dogmas: Não! Não acredito mais em dogmas. Eles engessam o pensamento. Eles tornam o ser humano intolerante. Possuidores da 'verdade' e inquisidores da divergência. Não creio que exista a forma católica de crer, a forma espírita de crer, a forma protestante de crer e a forma judaica de crer. Deus não pode ser objeto de produção e projeção do ser humano. Um Deus 'particular'. Ao sabor do grupo. E o mundo dito cristão de hoje, só modificará, assim penso eu, quando mudarem sua forma de ver Deus e a bíblia.


Eu finalizo fazendo um pergunta que serve para mim, inclusive: 

Nosso cristianismo é mesmo autêntico? De qual (quais) cristianismo(s) estamos falando??





Des-dogmatizar o cristianismo, uma necessidade cada vez mais real



NOTAS:

[1] KUNG, Hans - Ser Cristão - Ed. IMAGO - Rio de Janeiro - 1976, p. 151
[2] https://valle-teologo.blogspot.com.br/2016/01/nao-creio.html